sexta-feira, 30 de maio de 2025

Reconhecidamente grato

Foto 25 de maio 2025
 

Sem qualquer vaidade ou presunção verifico que um número bastante regular de seguidores visitam diariamente o meu blogue pessoal. Quem são e com que intenção só eles sabem e não precisam justificar porque o acesso é público e livre.

Contudo não deixa de surpreender-me, porque sinceramente não me acho famoso, pese embora também não me cause constrangimento algum a minha maneira transparente e séria de estar na vida.

As estatísticas que o blogue contabiliza automaticamente dizem que de 07 de março de 2015 até este preciso momento passaram por ele 108 132 visitantes o que dá uma média aritmética anual de 10 810, mensal de 900 e diária de 30.

Não me envaidece, nem me contraria.

Ainda assim não deixa de me confortar essa fidelização de quem não dispensa vir dar uma “espreitadela” naquilo que publico quase diariamente.

Tenho pena de nunca ter feito caso das estatísticas no blogue anterior que durante uma boa meia dúzia de anos existiu mas depois encerrei, substituindo-o pelo atual.

Provavelmente algumas destas pessoas já o seguiam também, deduzo.

O melhor e mais precioso momento destas minhas incursões pela internet foi aquele dia em que, procurando alguns registos de que necessitava, o meu primo-irmão Francisco de Alegria Alvarrão Coelho filho único do irmão mais novo do meu pai e que nunca conheci por terem emigrado para o Brasil pouco depois de eu nascer, inesperadamente se deparou com o meu www.https//tocadoscoelhosblogspot.com repleto de informações e fotografias das suas origens e família da Beirã.

Nada acontece por acaso…

Foi uma festa e tanto.

Pouco ou quase nada sabíamos uns dos outros desde agosto de 1981 quando a sua mãe, a querida tia Ana Alvarrão Coelho já viúva do tio Abílio Coelho veio a Castelo de Vide onde então eu morava e já era GNR, afim de vender a casa que cá tinham deixando em 1952 quando decidiram rumar para Maringá no Estado do Paraná - Brasil.

Desde esse memorável “encontro virtual” nunca mais nos largámos. E os milhares de quilómetros e oceano que nos separavam deixaram de ser barreira. Foram horas e horas de conversas, confidências e revelações. Ele e a sua esposa, eram funcionários públicos no município local, tinham três filhos mas não só, porque havia também frutos de outra paixão da sua juventude.

Tencionava visitar Castelo de Vide sua terra berço e de toda a sua família materna e paterna, tão depressa chegasse à aposentadoria. Fazíamos planos juntos, acreditávamos piamente que iríamos conhecer-nos pessoalmente num já não muito distante futuro.

A Vida tinha, porém, outros planos que nós jamais poderíamos imaginar. De férias nos Açores, foi lá que estupefacto e incrédulo, fui informado que o Chico Alegria – era assim que era por lá conhecido e se identificava – tinha partido ao encontro do seu pai na eternidade.

E dessa forma assaz dolorosa, mais uma vez me dei conta que somos nada, que nunca devemos dar seja o que for como certo, porque, não raras vezes, os nossos planos e projetos não coincidem com os que a Vida tem para nós.

Entretanto em seu lugar para perpetuar a sua memória, mantenho hoje uma amizade bonita que espero nunca acabe com uma das suas filhas, fruto da tal irreverência e juventude. Só por esse extraordinário encontro familiar a milhares de quilómetros de distância, valeu a pena o meu incurável vício de escrever.

Cada pessoa tem os seus hábitos e este, entre outros, é seguramente o que mais me cativa, entretém e ajuda a passar o tempo no dia a dia. Descontrai, afasta de mim as energias negativas e distrai-me de uma forma leve. Se por algum motivo tenho de passar alguns dias sem poder fazê-lo, sinto logo a falta.

Por isso lhe chamo vício.

Quem se dá ao trabalho de ler – o que reconhecidamente agradeço – sabe que a minha prosa incide maioritariamente sobre mim, a minha família de que muito me orgulho seja dos antecessores ou dos sucessores, a minha terra com a sua beleza, usos e costumes que enalteço e não quero que desapareçam na bruma do tempo. Às vezes sobre outras coisas também, mas sempre fazendo criterioso uso da boa educação e do respeito em geral.

Como não podemos agradar a todos, também há quem venha ler, mesmo não gostando de mim. É um direito que lhes assiste, e, sinceramente, estou-me nas tintas. Nunca as chamei, nem mandarei embora. O acesso é livre e assim continuará a ser. Enquanto forem de mim falando, bem ou mal, é sinal de que estou vivo.

E para me importar com isso teria de lhes dar alguma importância, coisa que não merecem, nem estou disponível para dar.

Cada um é feliz à sua maneira. Quem me quiser mal seja muito feliz com isso, tal como eu sou também por não me importar absolutamente nada. Nunca tratei mal ninguém muito pelo contrário. Por isso desengane-se quem se acha capaz de perturbar a minha tranquilidade de espírito, porque sou e vou continuar a ser completamente imune à sua maldade que também não me assusta.

Quem não deve não teme. Tudo aquilo que fizermos de bom ou de mau vai um dia voltar a quem o praticou. É a lei do retorno que nunca falha. 

Por isso durmo todas as noites pacificamente, em paz e de consciência tranquila.

Obrigado pela vossa visita, voltem sempre!

 

José Coelho

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