A roseira e o banco de pedra da mercearia e taberna das queridas Cali e D. Maria Sobreiro. Antes delas foi da Dona Quininha e da Ti Zabel.
Aqui se sentaram a descansar ou simplesmente a conversar, durante décadas, dezenas, centenas de Beiranenses e entre os quais a senhora minha mãe assídua freguesa e grande amiga daquelas senhoras.
A porta, velha quase a cair pelo abandono e as paredes da frontaria rachadas de alto a baixo, revelam a ausência de tudo aquilo em que outrora foi rica.
Afetos.
Hoje, cansados da nossa voltinha, porque os setentas já fazem os pés mais pesados, sentámo-nos, eu e a minha companheira, ali a descansar.
Fui beber água à fonte que dá nome ao largo e fiz questão de fotografar a roseira e as outras plantas da Cali, que em paz descanse.
Foi ela quem as plantou para embelezar a decrépita janela que já nem o vento segura agora e dela levou muitas vezes rosas para o altar da Rainha Santa Isabel do qual cuidou com carinho e devoção, dezenas de anos.
Por onde passo, dentro da aldeia ou pelos lugares mais longínquos que conheço como as palmas das minhas mãos, recordo cada pessoa que as habitou e honro sempre a sua memória com algumas palavras, pensamento ou oração.
______José Coelho
com Maria Coelho
20 de maio de 2025