Aos 07 de Março de 2015 nasce este blogue que tal como o seu antecessor TocadosCoelhos pretende apenas ser um ponto de encontro e de entretenimento pautando-se sempre pelas regras da isenção, da boa educação e do civismo em geral. Sejam bem-vindos.
sexta-feira, 29 de março de 2024
domingo, 24 de março de 2024
sábado, 16 de março de 2024
Bom fim de semana
Hoje, mais do
que nunca, somos convidados pelas circunstâncias a ter fé. Consciência, bom
senso, empatia, amor e fé. Ao contrário do que o muitos pensam, acredito que a
fé não é ausência do medo. Com fé podemos enfrentar a tempestade descansando na
certeza de que cedo ou tarde ela irá passar e o sol voltará a brilhar. Ter fé
não nos impede de sofrer, de temer ou de ficarmos ansiosos, é justamente pela
fé que conseguimos passar por todos esses momentos, acreditando que o melhor
nos espera logo ali na esquina, que todos os processos sejam eles bons ou ruins
são necessários e nos estão a levar para onde devemos ir. Tudo aquilo que nos
desafia também nos ensina. Espero que diante de dias encobertos pela nuvem do
medo, da incerteza e da insegurança possamos aprender, crescer, despertar e
evoluir. O discurso bonito precisa sair do papel e passar a existir nas nossas
escolhas e atitudes diárias. A nossa fé precisa de ser ativada e as nossas mãos
precisam de ser dadas. É hora de agir por nós, por eles, pelo mundo."
Wandy Luz
quinta-feira, 14 de março de 2024
Decididamente (2)
Este já não é o meu velho e querido
país. Aquele país de gente alegre e genuína na sua maneira de viver tão
diferenciada quanto o são as tradições usos e costumes de cada província e
região. A alegria que sempre nos caracterizou foi sendo substituída pelos
nossos semblantes fechados em consequência de inúmeras e sucessivas
preocupações. O desemprego, a precaridade laboral com os seus baixos salários,
o galopante custo de vida em contraciclo com os quase sempre míseros aumentos
salariais, as pandemias e as guerras, enfim, esta incerteza no dia de amanhã
que se abate sobre as nossas cabeças e dos nossos herdeiros qual cancro maligno
sem remédio nem cura.
Jamais aceitarei ou irei entender que se atribuam pensões com menos de metade do valor do ordenado mínimo nacional à maior parte das pessoas que se reformam atualmente depois de trabalharem e descontarem uma vida inteira. Será que essas pessoas passam a comer só metade do que comiam, a pagar só metade de renda da casa, ou deixam de necessitar de roupa, de calçado e medicamentos, a partir do dia em que se reformam?
Porque é que 40 anos de descontos dão direito a tão pouco, mas na política bastam 12 anos de berros e insultos uns aos outros na Assembleia da República para se ter tanto?
Será que os políticos quando se reformam passam a comer em dobro e a pagar também em dobro nas suas compras?
Nunca entendi os cortes na saúde para poupar orçamentos de estado, enquanto milhares de milhões de euros são injetados regularmente na banca para proteger sabe-se lá que interesses. Por mais anos que eu ainda viva, nunca me irei esquecer da "briga" que tive com aquela digníssima senhora doutora no banco de urgências de um hospital onde a minha mãe agonizava há várias horas com pavorosas convulsões resultantes - soubemos depois - de uma sepsis, que, como quase toda a gente também sabe, em 90% dos casos é letal.
Mas a excelentíssima senhora doutora entendeu dar-lhe alta porque, disse-me, "aquele quadro" era normal na idade da doente, o que me fez "saltar a tampa" e já completamente "passado" lhe berrei aos ouvidos:
- Se a minha mãe fosse a sua mãe, senhora doutora, também a mandaria para casa neste estado?
Sabia com toda a certeza que ainda hoje me dói, que aquelas ordens "vinham de cima" e tinham de ser cumpridas. A contenção de despesas não se compadece com o estado por vezes crítico de doentes como era o caso da minha mãe que, por ter 87 anos e estar a atingir o limite do seu tempo de vida, estava a ser enviada para casa para ir morrer longe. E assim se pouparia uma injeção, uns comprimidos, quiçá algum frasco de soro para fazer baixar as despesas correntes daquela unidade hospitalar.
Estou hoje em paz com a minha consciência porque sei que pelo menos naquele dia e com aquela minha furiosa falta de ética para com a senhora doutora no banco de urgências, talvez tivesse salvo a vida da minha mãe. No momento seguinte, a senhora doutora perplexa com a minha emotiva reação mandou-me sair sem assinar os papéis da alta que era suposto eu ter de assinar, e, passados vinte minutos, um senhor enfermeiro veio ter comigo trazendo na mão um saco que continha as roupas da minha mãe para me dizer:
- A sua mãe fica internada e está na cama 1 do SO.
Dias depois foi transferida para outro hospital a 100 km de distância, não sei se por necessidade, se por vingança pelo meu protesto, mas pelo menos recebeu os tratamentos e os cuidados que o seu estado de saúde carecia naquele crítico momento. E nós fomos de igual modo visitá-la todos os dias, mesmo àquela lonjura.
Sinto vergonha de ter nascido num país que tem parido gente capaz desta e de tantíssimas outras indignidades em nome de políticas que hipocritamente visam um pretenso bem comum. Porque não poupam antes nas suas obscenas mordomias? Porque vivem os mentores destas decisões no bem-bom, no luxo e conforto onde nada falta nem aos seus filhos, nem aos seus pais, nem aos seus afilhados ou padrinhos.
Quem já viu um senhor ministro, um senhor deputado, um simples senhor secretario de estado, um CEO, um Administrador ou afins, na fila de espera da urgência de um hospital público durante sete horas com uma pulseira de plástico enfiada num dos pulsos como se fosse um objeto etiquetado para ir para arquivo?
Decididamente, não foi neste país que eu nasci…
José Coelho
quarta-feira, 13 de março de 2024
Segunda pele
Indigência, ou modo de vida?
sexta-feira, 8 de março de 2024
Dia Internacional da Mulher
Feliz Dia da Mulher 2024
quinta-feira, 7 de março de 2024
Tanto me faz
sexta-feira, 1 de março de 2024
No mundo dos insetos
Todos os dias a formiga chegava cedinho ao escritório e pegava a sério no seu trabalho.
A formiga era produtiva e feliz.
O gerente, o besouro, estranhou ver a formiga trabalhar sem supervisão. Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais se fosse supervisionada.
E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita
experiência, como supervisora.
A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e
saída da formiga.
Pouco depois, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os
relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlar
as ligações telefónicas.
O besouro ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também
gráficos com indicadores e análise das tendências, que eram mostradas em
reuniões.
A barata, então, contratou uma mosca e comprou um computador com impressora
multifuncional colorida.
Logo, a formiga produtiva e feliz, começou a lamentar-se de toda aquela
movimentação de papéis e reuniões!
O besouro concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a
área onde a formiga produtiva e feliz, trabalhava.
O cargo foi dado a uma cigarra que mandou colocar uma carpete no seu
escritório e comprar uma cadeira especial...
A nova gestora cigarra logo precisou também de um computador e de uma
assistente, a pulga (sua assistente na empresa anterior) para a ajudar a
preparar um plano estratégico de melhorias e o controlo do orçamento para a
área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava e cada vez ia ficando
mais aborrecida.
A cigarra, então, convenceu o gerente besouro, que era preciso fazer um
estudo da rentabilidade do trabalho da formiga.
Mas, o besouro, ao rever as contas, deu-se conta de que a unidade na qual a
formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma
prestigiada e muito famosa consultora, para que fizesse um diagnóstico da
situação. A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso
relatório que concluía: Há gente a mais nesta empresa!
E adivinhem quem o besouro mandou demitir?
A formiga, claro, porque andava muito desmotivada e aborrecida.
Já viram este filme antes?
Bem me parecia…
Bom trabalho a todas as formigas!
Notas:
1. Qualquer semelhança com o mundo dos humanos (não) é mera coincidência.
2. Autor - desconhecido
3. Foto José Coelho