Auto-retrato em 23.02.2019
Um final de 2018 acidentado e um princípio de 2019 com pouca saúde têm ditado a minha ausência deste espaço virtual aonde regularmente vinha "conversar" convosco, ou comigo mesmo, em jeito de desabafo, valendo a todos os que me vinham ler e a mim próprio, algumas horas de entretenimento, partilha e opinião. Valia o que valia e sou grato a quem me prestou alguma da sua atenção.
Entendo porém que é tempo de parar e reflectir se vale a pena escrever o que me vai na alma ou se não será melhor remeter-me definitivamente ao silêncio, guardando para mim tudo aquilo que penso e sinto. Não porque goste do silêncio. De todo e muito pelo contrário. É precisamente esse o flagelo que me rodeia por todos os lados nesta aldeia-quase-fantasma onde meia dúzia de "carolas" teimamos em (sobre)viver, apesar do cada vez mais evidente abandono.
Por isso é também cada vez maior a tristeza infinita que vai invadindo os meus dias, perante a evidente impossibilidade de algo ou alguém ser capaz de travar e/ou inverter tão dura realidade. Não há volta a dar. Somos já tão poucochinhos habitantes neste lado da Beirã! E seremos cada vez menos, em cada casa, em cada rua.
Fazer o quê?
Aquilo que já se tornou em monótona rotina para mim. Vestir o robe, calçar as pantufas, sentar no sofá. E deixar que o tempo passe, esperando, resignado, o momento em que tudo se acabe.
Até um dia, família & amizades. E desculpem qualquer coisinha.
José Coelho