quarta-feira, 29 de julho de 2015

Das searas, chaparros e bolotas...

Foto by  José Coelho

ALENTEJO

A luz que te ilumina,
 Terra da cor dos olhos de quem olha!
 A paz que se adivinha
 Na tua solidão
 Que nenhuma mesquinha
 Condição
 Pode compreender e povoar!
 O mistério da tua imensidão
 Onde o tempo caminha
 Sem chegar!...



Miguel Torga

terça-feira, 28 de julho de 2015

Um ano sem ti...

Foto by Pedro Coelho

Cumpre-se hoje o primeiro aniversário da tua partida, Mãe. Foi talvez o ano mais duro e mais triste da minha vida. Mas é tempo de aceitar a tua ausência como definitiva e seguir em frente. Por isso escolhi propositadamente esta foto sorridente que um dos teus netos te fez no dia do teu 85º aniversário e que revela como estavas feliz por te sentires rodeada (e mimada) por grande parte da tua família no almoço comemorativo que fizeste questão de nos oferecer. É assim sorridente e bem disposta como sempre te conheci que vou recordar-te até ao fim dos meus dias. Não posso ver-te nem abraçar-te já mas sei onde estás e com quem estás. Descansem todos na santa paz do Senhor, até que, assim espero, voltemos a estar de novo todos juntos...

sábado, 25 de julho de 2015

Bom fim de semana...

Foto (parcial) by Pedro Coelho
... ou boas férias para quem estiver no gozo delas!

Testemunho mudo...



... de uma época de ouro da Beirã, tristemente assassinada em nome de um hipotético progresso. Mas... Onde está ele?

Coisas que leio...

Imagem copiada no Google

Este tipo inaudito e desavergonhado
24 Julho 2015, por Baptista Bastos 

Este tipo desavergonhado, que diz que não disse o que disse, e diz o que não faz, com um impudor nunca visto. Este tipo, este tipo.

Não quero mais este tipo na minha casa, na minha rua, no meu bairro, na minha cidade, na minha pátria. Este tipo vendeu-nos, com um descaramento inacreditável. Este tipo parece um serventuário; parece, não: é um serventuário da alemã, e enxovalha-nos a todos quando, reverente e subalterno, caminha ao lado dela, atento ao que a alemã diz, e toma nota e fixa o que a alemã diz com reverente cerimónia. Este tipo disse que gastávamos demais, nós, os portugueses, que nunca soubemos o que era prosperidade, ter uns tostões a mais no bolso, satisfazermos os pedidos dos nossos filhos, por muito modestos que fossem. Eu, por exemplo, nunca consegui adquirir, nem em segunda mão, uma bicicleta para os meus filhos, embora tivéssemos feito, a minha mulher e eu, sacrifícios inauditos para os educar, sem a ajuda de ninguém.

Já deixei de ouvir este tipo. E desligo logo a televisão, quando o vejo e ouço, sobretudo na SIC, que parece ter uma câmara sempre às ordens para filmar o mais desinteressante dos movimentos deste tipo. Este tipo é um mentiroso relapso e contumaz: toda a gente sabe e ele também, mas passa adiante. Este tipo disse, agora, que está em campanha, ter como prioridade o equilíbrio social entre os portugueses; mas foi ele que nos aplicou essa miserável doutrina do empobrecimento, mascarada de austeridade.

Que fizemos para merecer tal provação? Foi este tipo, de olhar gelado, que nos atirou para o desemprego, para a emigração, para o desespero mais incontido, para uma vida sem esperança nem sonho. Foi este tipo que nos roubou os sonhos, não se esqueçam!

Este tipo que despreza os velhos, que diz coisas imponderáveis, preso ao poder como uma lapa. Este tipo que está a pôr em causa a própria natureza da nacionalidade. Este tipo que, para seguir um nefando projecto capitalista, está a vender a pátria aos bocados e ainda há quem o aplauda. Os estipendiados de todas as profissões, os jornalistas venais, os políticos corruptos.

Este tipo desavergonhado, que diz que não disse o que disse, e diz o que não faz, com um impudor nunca visto. Este tipo, este tipo.

Não quero mais este tipo na minha casa, na minha rua, no meu bairro. Não quero este tipo em nada do que me diga respeito. Escorracem este tipo do nosso viver quotidiano. Este tipo.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Segundo Festival Internacional de Música de Marvão


Festival Highlights 2014


Oração especial para as minhas netinhas... (e para todas as pessoas que amo)


 

Que o caminho seja brando a teus pés
e o vento sopre leve em teus ombros.
Que o sol brilhe cálido sobre a tua face
e as chuvas caiam serenas em teus campos.
E que Deus te envolva 
no manto do Seu amor.

Estados d'alma...

Lugares onde por aqui (ainda) canta o rouxinol.

Não sou dado a depressões pese embora muitas vezes a minha fisionomia fechada e melancólica possa fazer parecer o contrário. Há bem poucos dias o meu filho mais novo fez-me um reparo meio preocupado a esse propósito dizendo: - Já era tempo de saíres dessa depressão em que andas metido há meses...
Fiquei de certo modo surpreso porque nunca me dei conta que, com o meu recato e silêncio habituais, pudesse estar a "passar" essa imagem de alguém assolado com problemas psicológicos mais ou menos graves ou a necessitar de ajuda.

Tal não corresponde à realidade. Mas não corresponde mesmo! Quando muito andarei tristito e não consigo (nem quero) disfarçá-lo. Nada para mim foi fácil de alcançar ao longo do caminho que já levo percorrido nos meus 63 anos mas sem dúvida os últimos dois ou três foram os piores de toda a minha vida. Os motivos? Nem os vou enunciar. Já passaram e a vida continua. Tem mesmo que continuar. Só que não é liminarmente fácil limpar tudo o que nos trouxe dor e amargura e seguir cantando. É preciso tempo, paz, silêncio, sossego e introspecção. A pessoa tem que ficar a sós consigo própria para tentar desatar todos os nós que se formaram no seu íntimo.

Por isso, como já aqui escrevi anteriormente, é um caminho que se tem que percorrer sozinho. Ah, sim. Houve, entre um tombo e outro, dois intervalos felicíssimos que me enterneceram, emocionaram e deram mais alento que todos os conselhos ou boas intenções do mundo, juntos. O nascimento das minhas duas netinhas. A Francisca no início de 2012 e a Mariana em finais de 2014. São ambas, sem dúvida, o melhor bálsamo para suavizar os enormes arranhões da minha alma. Mas a cura, se a houver, só mesmo o tempo trará. Vou por isso vivendo um dia de cada vez. Sem pressa mas também já sem grandes projectos, sonhos ou ambições.

Li algures que "uma pessoa morre quando deixa de sonhar, de acreditar, de transformar"... Mas lemos tanta coisa sonante e que a gente, assim a frio, quando tudo está bem connosco, achamos ser mesmo verdade. O pior é quando a vida nos trai, nos maltrata e nos atira contra a parede sem que percebamos porquê ou que mal lhe fizemos para sermos tratados assim. O nosso mundo e tudo aquilo em que acreditamos desaba estrondosamente sobre nós, esmagando-nos, sufocando-nos e deixando-nos sem chão. Ficamos tão atordoados que levamos meses de cabeça zonza e sem perceber muito bem o que (ou por que) aconteceu.

Mas que raio lhe terá acontecido, perguntar-se-ão todos vocês. Muitas coisas, respondo eu. Vindas das mais diversas origens. Só que, como já disse, prefiro não falar delas. Quanto mais mexemos nas feridas, mais elas sangram. Não se preocupem. Eu ando bem. Ando assim meio triste mas sempre fui dado à melancolia quase desde que me conheço. Desde quando eu e as minhas irmãs não podíamos ter prendinhas no sapato no natal, desde que os meus amigos iam fazer petiscos aos domingos e eu não podia ir com eles, desde que... e que... e que... Esqueçam! Deixem lá isso. Coisas minhas. Feitios. Ou, melhor dizendo, estados d'alma. A vida tem sido às vezes, demasiadas vezes convenhamos, una grande y real hija de puta...

Alguém escreveu: Saudade é o que de pior nos pode oferecer uma verdadeira amizade...


quarta-feira, 22 de julho de 2015

Lengas-lengas do meu tempo, para as minhas netinhas.

Foto by Pedro Coelho

Pico, pico celorico...

Pico, pico, celorico,
Quem te deu tamanho bico?
Foi a filha da rainha,
Que está presa na cozinha!
Salta a pulga na balança,
Dá um pulo até à França.
Cavalinhos a correr,
E as meninas a aprender,
Qual será a mais bonita,
Que se irá esconder?

(...) meu velho paraíso.


Cavalinha - Beirã - Foto by José Coelho

REGRESSO

Regresso às fragas de onde me roubaram.
Ah! Minha serra, minha dura infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram,
Mal eu surgi, cansado, na distância!

Cantava cada fonte à sua porta:
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos que o desterro esfarelou.

Depois o céu abriu-se num sorriso,
E eu deitei-me no colo dos penedos
A contar aventuras e segredos
Aos deuses do meu velho paraíso.

Miguel Torga

quinta-feira, 16 de julho de 2015

16 de Julho. O Dia Maior da minha Beirã...

 Foto magnífica da autoria do meu filho Pedro Coelho

... e para mim, desde que me conheço, este é também o dia mais santo do ano. O da Mãe, Senhora do Carmo.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Que felizes que nós "semes" na (des)União Europeia...



Imagens copiadas do Google

E os gregos c'o digam. Esses então, é só felicidade. E dizia também o meu avô Zé Lourenço: Elha, filhe; nunca te rias do mal do vizinhe c'o teu vem no caminhe... O meu avô era um sábio. Digo-vos eu... Pode ser que esta história acabe bem... Pero, no lo creo...

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Sem ajuda às vezes é complicado. Por isso...

Imagem copiada do Google


Oração de cura para o coração triste


Senhor Jesus, Tu conheces a minha tristeza, esta tristeza que inunda o meu coração e sabes a origem dela.

Venho hoje apresentar-me a Ti e pedir-Te que me ajudes porque não posso continuar assim.
 
Sei que Tu me convidas a viver em paz, com serenidade e alegria, inclusive no meio das dificuldades quotidianas.

Peço-Te por isso que coloques as Tuas mãos nas feridas do meu coração, que me fazem ser tão sensível aos problemas e me libertes da tendência à tristeza e à melancolia que tomam conta de mim.
 
Peço-Te também que a Tua graça restaure a minha história para que eu não viva escravizado pela lembrança amarga dos acontecimentos dolorosos do passado.

Como eles já passaram e não existem mais, eu Te entrego tudo aquilo por que passei e sofri.

Quero perdoar-me e perdoar, a fim de que a Tua alegria comece a fluir em mim.

Eu Te entrego as tristezas unidas às preocupações e aos temores do amanhã, esse amanhã que ainda não chegou e que por isso só existe na minha imaginação. Ensina-me a viver somente o hoje e a aprender a caminhar na tua alegria no momento presente.
 
Aumenta minha confiança em Ti, para que minha alma cresça em júbilo.

Tu és Deus e Senhor da história e da vida, das nossas vidas.

Por isso toma a minha existência e a das pessoas a quem amo com todos os nossos sofrimentos, com todas as nossas necessidades e faz que, com a ajuda do teu poderoso amor, cresça em nós a virtude da alegria.
 
 Amén

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Ora zus-truz-truz, ora zás-trás-trás...


Foto by iPhone Pedro Coelho

Ser vôvôs é mesmo assim... Termos que brincar à roda com a netinha linda nem que seja numa Estação Rodoviária enquanto o Expresso não chega. 
Ah pois...
- Canta, vôvô: Manda a Francisca! - E eu obedeço:
- Indo eu, indo eu, a caminho de Viseu... 
- Ora zus truz truz...
- Eheheh!
Adoro cada segundo que passo com as minhas Princesinhas.

terça-feira, 7 de julho de 2015