sexta-feira, 2 de maio de 2025

Dos meus escritores favoritos


Adoro estar calado quando tentam ofender-me.

Há um prazer libertador na quietude.

Deixar o outro a despejar veneno.

Eles querem sangue, querem reacção, querem barulho.

Dou-lhes silêncio.

Ofender-me exige que eu me importe.

Há dias em que a minha indiferença é tão sólida que poderia servir de abrigo nuclear.

Gente com a autoestima colada com cuspe, a tentar arrancar pedaços dos outros para ver se lhes sobra algum.

Gente que acha que magoar é sinónimo de poder.

Fico ali.

Calado.

E sigo.

Quem sabe quem é não precisa de provar nada a ninguém.

Muito menos a quem tenta ferir com pedras que nem arestas têm.

 

Pedro Chagas Freitas

O HOSPITAL DE ALFACES