Aos 07 de Março de 2015 nasce este blogue que tal como o seu antecessor TocadosCoelhos pretende apenas ser um ponto de encontro e de entretenimento pautando-se sempre pelas regras da isenção, da boa educação e do civismo em geral. Sejam bem-vindos.
sexta-feira, 30 de junho de 2023
quinta-feira, 29 de junho de 2023
Preciosidades
Há dias assim...
Raridade
terça-feira, 27 de junho de 2023
Temos artista (2)
Pandemia de egoísmos
Sei
hoje melhor do que nunca, depois da tremenda crise Covid19, quanto devo a quem
me criou. Tudo o que o que me foi transmitido pelos meus pais na sua simplicidade,
no seu dia a dia, na grandeza dos seus corações que lhes permitia viverem em
paz apenas com o que podiam ter sem invejarem quem tinha mais e melhor do que
eles.
E também passaram muitos maus bocados.
Duas guerras mundiais que devastaram a humanidade espalhando miséria por toda a parte e uma guerra civil mesmo aqui ao nosso lado, para além da pandémica “gripe espanhola”.
E sobreviveram.
Para mim mais assustador que a Covid19 foi o egoísmo atroz que se apoderou de muita gente. Corridas desenfreadas aos supermercados para açambarcar tudo quanto vinha à mão sem qualquer critério de prioridades como se o problema fosse a falta de alimentos em vez de um vírus que infetava e matava ricos e pobres, velhos e novos, sem distinção.
Vi, pessoalmente, numa superfície comercial, um cliente encomendar no talho cinquenta bifanas, cinquenta costeletas, cinquenta pernas de frango, seguindo-se uma volta pelas prateleiras adjacentes cinquenta latas de atum, cinquenta pacotes de leite, arroz e massas, cinquenta rolos de papel higiénico, até uma caixa inteira de frascos de álcool.
Três carrinhos a abarrotar de mercadoria e… setecentos euros a pagar na caixa registadora.
Para mim já tenho, os outros que se desenrasquem!
Atitudes assim só revelam a ausência de respeito pelo próximo e que existem pessoas que apenas sabem olhar para o seu próprio umbigo estando-se nas tintas para as mais elementares regras de civismo em comunidade.
Pior que qualquer vírus mortal é constatar que estamos rodeados de pessoas que não valem um chavo enquanto seres humanos e se comportam pior que os javalis nos matos, porque esses, só mesmo a fome os faz predadores.
Jamais havia imaginado quão rude, primitiva e sem caráter pode ser a índole humana e dou graças por ter sido educado a nunca me comportar assim.
Mantivemo-nos em casa eu e a minha companheira, obviamente preocupados com toda a nossa família, inquietos com o caos nas urgências dos maiores hospitais do país, mas cientes de que não nos faltaria o suficiente para sobrevivermos sem passar fome e sem qualquer necessidade de armazenar produtos que poderiam fazer falta na despensa ou na cozinha de outras pessoas.
Pensar nos outros não é apenas um dever, é uma obrigação. É praticar a cidadania e a consideração pelo nosso próximo. É em momentos de crise coletiva como foi a Covid19 que vem à tona o melhor de muitas pessoas, mas também, infelizmente, o pior de muitas outras.
Presunção e água benta cada um toma a que quer e a carapuça só serve a quem a enfiar. Contudo, o mais relevante em tão grave situação, foi constatar-se que quanto mais humildes aparentavam ser as pessoas, mais evidente aparentava também ser a sua integridade de carácter e a generosidade do seu coração.
Como se não fosse já suficientemente mau o que estava a acontecer à nossa volta, assistimos ainda a outros atos de censurável egoísmo amplamente difundidos nos meios de comunicação social que denunciaram países ricos e supostamente amigos, a “desviarem” do seu percurso meios indispensáveis para salvar vidas em países mais pobres a braços com a falta desses meios que sorrateiramente eram desviados pelo poder do dinheiro.
Nem as leis naturais da selva são tão desumanas e ultrajantes.
Foi o salve-se quem puder, o espelho de uma geração que irremediavelmente vai perdendo os mais elementares valores e princípios herdados daquelas que nos antecederam. Aparentemente essa crise foi controlada. Contudo e apesar da minha modesta formação académica, não tenho grandes dúvidas que outras virão...
José Coelho
Foto publicada no DN em 16.01.2021
segunda-feira, 26 de junho de 2023
O que se não cuida, perde-se
Colhemos o que semeamos. É verdade. O tempo é a árvore que
nos dará o fruto dos nossos gestos. Esse fruto será doce ou será amargo,
conforme a ternura ou o azedume que deixarmos pelo caminho que formos lavrando,
e virá sempre no tempo certo. O fruto dos nossos gestos nunca vem fora de
época, sabe sempre quando o devemos provar.
Quem não cuidou, não pode esperar ser cuidado. Quem não foi
capaz de apoiar, não pode esperar ser amparado. Quem não teve uma palavra para
quem a aguardava, não pode esperar nada a não ser silêncio. Quem não soube
estar perto, não pode esperar senão distância. Quem não soube abraçar, não pode
esperar senão braços cruzados. Quem não soube estar presente, não pode esperar
ser visitado. O amor não é uma obrigação. Não é algo só porque sim. Quem não
valorizou, não pode esperar ter valor para quem ignorou.
Quem só foi capaz de agredir, não pode esperar carinho. Quem esperava poder humilhar contando que essa humilhação fosse esquecida, enganou-se. Às vezes, sim, o tempo enfraquece a memória, mas aquilo que o coração guarda nunca se perde. Para o bem e para o mal. Os corações nunca esquecem. Quem nunca mostrou disponibilidade, quem nunca esteve para o que desse e viesse, não pode esperar receber amor de volta. O amor só regressa a quem o soube dar, o amor só regressa de livre vontade. Ninguém ama à força.
lado.a.lado
domingo, 25 de junho de 2023
Almoço Pai & Filhos 2023
sábado, 24 de junho de 2023
sexta-feira, 23 de junho de 2023
O meu Céu, na Terra
Bom S. João. Sejam felizes...
quinta-feira, 22 de junho de 2023
O importante fica
Fazer o bem, não olhar a quem
Duas meninas da mesma idade das minhas irmãs. Uma já moçoila como a minha Luz, e a outra ainda de tenra idade como a Joaquina, a aguardarem boleia para o Buco-Zau nas viaturas do MVL que depois de descarregarem tudo o que era destinado ao nosso quartel no Belize tinham seguido para norte a levar mantimentos aos outros camaradas aquartelados em Caio Guembo, Sanga Planície e Miconje.
Pouco
depois chegaram, vindas da sanzala, as duas pequenas. E sentaram-se nas escadas
do edifício da Secretaria da CCS mesmo em frente à porta do posto de rádio onde
eu me encontrava de serviço às Transmissões nessa manhã.
Vieram
demasiado cedo porque a espera pela coluna de reabastecimento seria seguramente
longa dada a distância e complexidade do percurso de ida e volta.
As
horas foram passando e chegou a hora do almoço que o cozinheiro de dia mandava sempre
por um dos faxinas ao refeitório levar a quem estava de serviço sem poder
abandonar o seu posto como era o meu caso.
Lembro-me
como se tivesse sido ontem, mesmo passados já mais de cinquenta anos. A ementa, como
sempre, não era famosa. Uma posta de pescada cozida, com três ou quatro batatas
e um ovo.
Naquele
fim de mundo poderia até ser considerada um luxo de refeição porque era a
possível. E apesar de modesta ninguém se queixava, cientes todos da distância
que nos separava da civilização.
Quantas
vezes, enjoados do reiterado peixe cozido e daqueles estilhaços de frango com
arroz que mais parecia cola, nós matávamos a fome com os dulcíssimos abacaxis ou
bananas monumentais do Maiombe, como nunca mais vi, nem comi, na minha vida.
Entretanto,
quando ia começar a almoçar, dei de caras com aqueles quatro olhitos das duas
pequenas a olharem para o meu prato. Não consegui meter uma batata sequer para
a boca. Estavam ali havia mais de quatro horas e era imprevisível quantas mais
iriam ter de esperar pela coluna que as iria levar para sul.
Não
tive quaisquer dúvidas que estariam cheias de fome e de sede debaixo daquele
pegajoso calor tropical. Nem pensei duas vezes. Chamei-as, sentei-as na mesa do
posto de rádio e ofereci-lhes o almoço.
Olharam-me,
olharam uma para a outra várias vezes inquietas ou amedrontadas mas acabaram
por fazer o que eu lhes dizia e comeram tudo.
Fiquei
muito mais saciado com a gratidão que vi naqueles dois rostinhos negros, do que
se tivesse almoçado uma boa carne de porco à alentejana.
Foi
o que vi sempre fazer à minha mãe e aprendi com ela.
Repartir.
Repartir. Repartir.
Apesar
de ter sido sempre tão humilde a minha família, sabiam repartir quanto fosse
preciso e estivesse ao seu alcance. O que ali aconteceu naquele dia não me fez sentir
nem herói, nem santo.
Apenas foi feito o que era necessário fazer.
Quando
chegou a hora da mudança de turno e fui substituído por outro camarada
radiotelefonista, as pequenas ainda lá continuavam. Mas antes de ir à minha
vida e elas à delas, pedi ao camarada fotógrafo da CCS que nos fotografasse
porque queria um dia poder mostrar aquelas duas meninas também às minhas irmãs.
E
mostrei.
E
arranjei um desgosto à caçula Joaquina Coelho quando lhe disse que a pequenita
africana era parecida com ela – no tamanho – e ela desatou num pranto
porque percebeu que era parecida por ser também morena e com o cabelo
encaracolado, mas não queria ser assim tão escura!
Perguntem-lhe
se isto não foi verdade…
José Coelho
quarta-feira, 21 de junho de 2023
Como agulha em palheiro
terça-feira, 20 de junho de 2023
Nota informativa
Estava escrito nas estrelas...
segunda-feira, 19 de junho de 2023
Boa semana
domingo, 18 de junho de 2023
sábado, 17 de junho de 2023
Ave rara em (quase) tudo ...
(Curiosamente tenho esses documentos ainda hoje em meu poder porque a senhora minha Mãe - que Deus a guarde - tinha tudo isso religiosamente guardado como se fosse um tesouro que eu encontrei quando vim viver definitivamente para cá em virtude de a casa já ser minha, mas ter sido por nós acordado por compromisso verbal à data da compra, o usufruto comum enquanto eles vivessem).
sexta-feira, 16 de junho de 2023
Bom fim de semana
A vida ensinou-me:- Que há decisões que temos de tomar.
- Que há mudanças que precisam de acontecer.
- Que há medos que temos de enfrentar.
- Que há solidões que precisamos suportar.
- Que há lágrimas que temos de chorar.
- Que há recomeços que precisam florescer dentro de nós.
E que mesmo quando pensamos que já não somos capazes de suportar mais nada, o tempo vai revelar-nos que somos muito mais fortes do que pensávamos e ainda mais corajosos do que imaginávamos...