segunda-feira, 28 de junho de 2021

Servir com dignidade e espírito de Missão

Com sete anos já acólito do Revº Padre Joaquim Caetano. 
(Foto gentilmente cedida pelo casal Teresa e Joaquim Nicau)

Dizia a minha Mãe que, muito pequeno ainda, eu desatava a correr pela rua abaixo assim que ouvia tocar o sino da igreja: 

- Mas aonde é que tu "vás" a fugir tanto, Zéi?

- Vou à "micha" mãe, vou à "micha"...

Começou cedo, pelos vistos, o meu fascínio pelo divino. De tal modo que dura até hoje. Curiosamente - nada acontece por acaso - assim que entrei para a escola e comecei a frequentar a catequese em 1958, o Senhor Padre Caetano escolheu-me logo para seu acólito. E eu fui, feliz da vida. E com ele andei e com ele muito aprendi até fazer a quarta classe porque logo a seguir o meu pai pôs-me de pastor no tio José Maroco e acabou-se-me a "boa vida". 

Não terminou ali porém a minha profunda ligação à Senhora do Carmo e ao Senhor do Sacrário que lá habitam desde 16 de Julho de 1953. Pelo contrário. A missão de acólito foi apenas o início de uma caminhada que dura desde então e seguramente me acompanhará até ao fim dos meus dias. Assim Deus queira, mas se não quiser faça-se a Sua vontade e não a minha.

Fui crescendo. Ia quando podia à igreja. Depois fui para a guerra, onde, como nunca antes na minha vida, me senti abençoado pela proteção divina dos dois, todos os dias que lá passei. E voltei para casa. E fui para as Minas da Panasqueira, serviço não tão arriscado quanto a guerra mas perigoso também. Entrei para a GNR em Janeiro de 1979. O meu "mestre" na mina, o Zé Maria de Castelo de Vide, o mineiro do qual eu era o ajudante, morreu esmagado debaixo de um liso do teto de uma galeria que desabou, dois meses depois.



Coincidências. Ou talvez não.

Profissional da GNR em Castelo de Vide, depois em Nisa, nunca deixei de procurar a luz e a paz de Deus sempre que me era possível, porque me fazia frequentemente falta. Assim andei até 1993, ano em que regressei definitivamente à Beirã. A paróquia era então presidida pelo Padre Emílio. Uma noite, ao acaso, viemos os dois em amena conversa, desde o café até ao adro da igreja. Desalentado com a fraca participação da comunidade, tinha vontade de se ir embora, de procurar outro rebanho que dele mais necessitasse.

Esta inimaginável conversa - eu mal o conhecia ainda - mudou a sua atitude como pastor e a minha como ovelha do seu rebanho. Animei-o como pude. Pedi-lhe que não desistisse ainda e ofereci-me para ajudar no que precisasse. Assim, sem grandes discursos, mas decidido a contribuir com todo o meu esforço. E ele acreditou em mim. Perguntou-me a sua empregada mais tarde o que tinha acontecido porque ele chegara a casa nessa noite muito animado.

Cumprindo a minha palavra entrei para o coro e levei comigo a minha companheira, incentivando outras pessoas a juntarem-se a nós. E começámos a preparar as celebrações semanalmente com reuniões e ensaios. A sua empregada, a Goreti, que nos ensaiava e ensinava com sabedoria e esmero, meteu-me no ambão como salmista, desfazendo um por um todos os meus medos e ses. Com essas mudanças e a participação devidamente orientada de toda a comunidade, as celebrações começaram a ter uma maior dinâmica e as coisas melhoraram. 



Mas o Padre Emílio quis mesmo partir para outras paragens e um dia foi-se embora levando a Goreti com ele obviamente. E nós ficámos sozinhos, entregues a nós próprios. Corria o ano de 1999.

Nomeados pelo Senhor Bispo D. Augusto César, vieram o Padre Tarcísio mais o Padre Luís em 2000 e convidaram-me para tomar a meu cargo as contas da paróquia assim como orientar o coro e as leituras nas celebrações. Tive receio de não estar à altura e disse-lho frontalmente porque tinha plena consciência dos meus limitados conhecimentos para tamanha responsabilidade. Prometeram ajudar-me e cumpriram. Enviaram-me para a Casa Diocesana de Mem Soares a frequentar uma série de cursos de preparação para leigos, quase todos os fins de semana dos meses e anos que se seguiram. 

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Em 2004 fui frequentar o 76º Cursilho de Cristandade - Homens, no Seminário de Alcains.

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Em 2005 o curso de Ministro Extraordinário da Comunhão e da Palavra na ausência do Presbítero, na Casa Diocesana de Mem Soares, mandatado pelo Senhor Bispo D. Augusto César e sucessivamente renovado pelo Senhor Bispo D. Antonino Dias até 31-12-2022.


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De Outubro de 2005 a Junho de 2007 todos os sábados destes três anos letivos, frequentei o Curso de Aprofundamento da Fé (CAF) no Seminário de Portalegre. Neste curso percebi a pequenez dos meus conhecimentos e senti no fundo do coração que da Igreja pouco mais conhecia até aqui, do que rezar o pai-nosso. Foi profundamente enriquecedor e gratificante.

"Um curso para aprofundar a fé

Abr 3, 2006 - 14:44

No dia 21 de Janeiro, terminou o primeiro semestre do Curso de Aprofundamento da Fé (CAF), promovido pelo Centro de Cultura Católica da diocese de Portalegre-Castelo Branco, o qual funciona em três pólos. No segundo semestre passará a funcionar na Casa de Santa Maria e Portalegre (Seminário diocesano). Foram leccionados dois módulos (o módulo 1 e o 2): A revelação de Deus feita Palavra (Introdução ao Antigo Testamento) e A fé celebrada em comunidade (Introdução à Liturgia). Os professores dos três centros estiveram reunidos naquele mesmo dia com o director do CAF e com o Bispo local, D. José Sanches Alves, na Casa Diocesana, para uma breve avaliação. Num total de 177 alunos, inscritos nos três pólos, constatou-se que o módulo 1 foi frequentado por 171 alunos (69, 33 e 69, respectivamente) e o módulo 2, por 148 (59, 34 e 55, respectivamente). A partir da apreciação dos alunos, foram particularmente sublinhados estes pontos: a utilidade da iniciativa, quer ao nível de conhecimentos adquiridos, quer ao nível do proveito pessoal para a vivência da fé, quer ao nível da relação entre os professores e os alunos e destes entre si; o cuidado e a preparação dos professores; novas inquietações e motivação para aprofundar aspectos das matérias estudadas. Por sua vez, os professores relevaram, entre outros, os aspectos seguintes: o número, a motivação e a perseverança dos alunos inscritos; o espírito de equipa dos professores, à volta do responsável de cada módulo; a validade dos encontros para a programação do trabalho seguinte; a vantagem dos resumos entregues aos alunos; a decisão de bastantes alunos quererem apresentar um pequeno trabalho sobre a matéria dada (duas dezenas já entregaram o seu). Dada a facilidade que as novas tecnologias oferecem, os responsáveis por cada módulo disponibilizaram os apontamentos finais aos interessados. Na manhã daquele sábado, D. José Alves passou pelos três centros, não só para ouvir dos próprios a apreciação que faziam, mas também para estimular a todos a perseverarem na caminhada. O segundo semestre terá início no dia 18 de Fevereiro próximo. Dado que os módulos são independentes, os alunos interessados, mesmo que não tenham frequentado os dois primeiros, poderão inscrever-se no módulo 3 (Deus ao encontro do homem) e/ou no módulo 4 (Jesus Cristo, Deus no meio de nós), se ainda o não fizeram. Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais."

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De 24 a 28 de Julho de 2006 acompanhei o Senhor Padre Tarcísio a Fátima para com ele participar no XXXII ENCONTRO NACIONAL DE PASTORAL LITÚRGICA.



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Passaram-se entretanto 21 anos e cá continuo ainda a orientar o coro, a colaborar com o Revº Pároco ativamente nas celebrações e a gerir as contas da Paróquia porque mais ninguém quer assumir tal compromisso. Desde o já distante ano 2000 que todos os Janeiros têm sido apresentadas e publicamente afixadas as contas com cada cêntimo de receita ou de despesa respeitantes a cada ano findo, bem como os respetivos saldos. E o processo documental sempre colocado à disposição de quem o queira livremente consultar. Muito se fez, muito haverá ainda por fazer. Deixo-vos algumas imagens como testemunho e só não vou enumerar o saldo bancário pelo irrevogável dever de sigilo.



















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Apenas mais uma breve nota, para terminar: 

Na frequência dos cursos referidos e na colaboração com as Paróquias e Comunidades que me solicitaram algum apoio ao longo de todos estes anos, fui sempre e só a expensas minhas. Paguei todos os encargos do meu bolso com deslocações, alimentação e livros recomendados para consultas, nunca solicitei, quis ou quero recompensa alguma, porque não necessito disso e assim o entendo.


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José Coelho
28.06.2021

sexta-feira, 25 de junho de 2021

A "sorte" deu muito trabalho...


Folha 3 da Caderneta Militar


CURRICULUM VITAE MILITAR


Recenseado pelo Concelho de Marvão sob o número 12 de 1969, submetido à inspeção sanitária em 19 de Dezembro de 1969 e considerado apto para todo o serviço militar.

Idade 17 anos.

Habilitações literárias 4ª classe do Ensino Primário.




Alistado em 4 de Maio de 1971 como voluntário na 1ª Compª do BC 8 - Elvas para a escola de recrutas.

Pronto da instrução básica em 4 de Julho 1971 rumou ao BC 5 - Lisboa para a instrução complementar de Transmissões de Infantaria até 4 de Setembro de 1971 apto para a promoção a 1º Cabo com a classificação de 14,14 valores (O.S. 211/BC5 de 4 de Setembro).

Nomeado para servir no Ultramar foi transferido para o RC3 - Estremoz desde 15 de Novembro de 1971.

1972 - Fazendo parte da CCS/BCav 3871 embarcou em Lisboa por via aérea com destino à PU de Angola em 7 de Março data em que foi promovido ao posto de 1º Cabo contando a antiguidade desde o dia seguinte ao que terminou a especialidade, 5 de Setembro de 1971. Desembarcou em Luanda em 7 de Março desde quando conta 100% de aumento no tempo de serviço.

1972/13MAR - Integrando a CCS/BCav 3071 embarcou por via marítima em Luanda com destino a Cabinda.

1972/16MAR - Chegada ao Belize - Alto Maiombe em comissão de serviço até MAR74.





1974 - Embarcou em Luanda de regresso à Metrópole em 11 de Junho e desembarcou em Lisboa no mesmo dia desde quando deixou de contar 100% no tempo de serviço e passou à disponibilidade.

Agraciado com a  Medalha Comemorativa das Campanhas em Angola com a legenda 72/73/74  (O.S. Nº 62 do B.Cav 3871 de 14/3/74).

1979 - Alistado no Batalhão Nº 3 da GNR desde 22 de Janeiro para onde é transferido na mesma data nos termos da nota 7234-Pº 3993 de 5 de Março da 1ª Rep/CG/GNR (O.S. Nº57/79/RCE).

1983 - Promovido ao posto de Cabo em 6 de Julho, com nota final de 12,6 valores, contando a antiguidade desde 16 de Junho (O.S. Nº 132 de 14 JUL83 do B.3 da GNR). 

1985 - Promovido ao posto de 2º Sargento para a Arma de Infantaria, contando a antiguidade desde 21 de Junho por ter terminado o 6º Curso de Formação de Sargentos 1984/1985 com nota final de 12,39 valores. (Ordem à Guarda nº 6 de 30JUN85). 





1985/Julho - Aproveitando os conhecimentos  adquiridos nos cursos de promoção a Cabo e a Sargento, auto-propôs-se ao exame do 6º ano do Ensino Básico que concluiu COM APROVEITAMENTO em 11 de Julho de 1985 na Escola Preparatória de Castelo de Vide.

1985/Agosto - Colocado a comandar o Posto Territorial de Nisa para onde foi transferido por motivo da promoção a 2º Sargento.

1987/1988 - Concluiu o 3º Ano do Curso Liceal Noturno (9º Ano) na Escola C+S de Nisa.


1988 - Promovido ao posto de 1º Sargento para a Arma de Infantaria contando a antiguidade desde 22 de Julho de 1988. (Ordem à Guarda Nº7 de 31JUL88).

1992 - Transferido a seu pedido para o Posto Territorial de Castelo de Vide que passou a comandar em 01NOV até 30NOV93.

1993 - Após frequência do Curso de Promoção a Sargento-Ajudante na Escola Prática de Infantaria/Mafra (parte militar) e Escola Prática da Guarda/Queluz (parte técnico-profissional) COM APROVEITAMENTO foi promovido em 30NOV93 contando a antiguidade desde 7 de Fevereiro. (Ordem à Guarda Nº 11 de 30NOV93). Transferido para o Agrupamento de Instrução de Portalegre da Escola Prática da Guarda com destino a Adjunto do Comandante da Companhia de Comando e Serviços e Chefe da Secretaria daquela subunidade, acumulando ainda as funções de Instrutor e Coordenador das disciplinas de Dactilografia e Legislação da GNR, bem como de tesoureiro da comissão de gerência do depósito de bares, e ainda Comandante da Subsecção Policial do AIP.

2001 - Nomeado para chefiar a Secretaria Geral da Unidade, missão que cumpriu até passar à situação de reforma em Novembro de 2003.

REGISTO CRIMINAL E DISCIPLINAR - Nada

CONDECORAÇÕES E LOUVORES:


CONDECORAÇÕES: TRÊS


1 - Medalha de Comportamento Exemplar grau prata.

2 - Medalha Comemorativa das Campanhas em Angola 72 - 74.

3 - Medalha de Assiduidade da Segurança Pública - Duas estrelas.


LOUVORES: CINCO







 
Foto feita pelo camarada 1º Sargº Silva Pereira


NOVEMBRO 2003 - PASSAGEM À SITUAÇÃO DE REFORMA







Lembranças oferecidas pelo Comando e alguns Camaradas

quarta-feira, 23 de junho de 2021

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Para refletir e por em prática

Foto Pedro Coelho - 19.06.2021

Pára de depositar expectativas nos outros, deposita-as em ti mesmo. Não reclames da vida, vive-a, porque a vida é aquilo que tu fazes dela. Faz o melhor que puderes e se for para desistires de algo, desiste de ser fraco.

sábado, 19 de junho de 2021

Gratos, de todo o coração

Selfie Maria Coelho - 19.06.2021

Um atribulado mês depois, os dois em casa! Aos nossos familiares e tanta gente amiga que sempre nos foi dando uma palavrinha de conforto, um grande bem hajam.

José Coelho

Para memória futura



 Novas análises e consulta em 18 e 19 de Agosto

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Separados à força

Selfie José Coelho - 18.06.2021

E vai quase um mês assim, por conta da tal víbora que só ataca se for atacada. Teorias de quem nunca foi mordido. No dia que uma criança filha de um turista ou mesmo algum turista adulto seja mordido quando for a passar sem se aperceber do perigo como foi a Maria Coelho quase dentro de casa, as teorias começarão a ser outras certamente, porque não somos nós que invadimos o habitat delas, são elas que estão (e cada vez mais frequentemente) a invadir o nosso...