Aos 07 de Março de 2015 nasce este blogue que tal como o seu antecessor TocadosCoelhos pretende apenas ser um ponto de encontro e de entretenimento pautando-se sempre pelas regras da isenção, da boa educação e do civismo em geral. Sejam bem-vindos.
quinta-feira, 31 de agosto de 2023
Colhemos o que semeamos
quarta-feira, 30 de agosto de 2023
Mui Nobre e Sempre Leal
Para melhor, muda-se sempre
Decidi mudar muita coisa na minha
vida e uma dessas mudanças foi o meu comportamento em relação a algumas
pessoas, a minha forma de as tratar, o meu jeito de falar com elas e até a
maneira de lhes dar atenção.
Decidi não me preocupar tanto com a maldade alheia, levar mais a sério os meus sonhos, objetivos e projetos, afastar-me do que me faz mal, ignorar o que me faz recuar nas minhas decisões, distanciar-me de amizades tóxicas, interesseiras e sufocantes, rejeitar os elogios de quem nem sei sequer se me quer bem e seguir em frente.
Há situações que acontecem e nos tiram o chão, mas nem tudo vem para nos derrubar, nem tudo é para nos prejudicar ou destruir. Há coisas que vêm para nos mudar, para nos fazer crescer, para nos ensinar a olhar a vida de uma forma mais ampla, mais aberta e com mais maturidade, a não esperar tanto dos outros nem permitir que isso limite a nossa felicidade.
Se não conseguimos mudar o mundo, temos de ser nós a mudar.
Experimente pôr isso em prática e vai chegar à conclusão que as pessoas não mudam, que nem todas reconhecem os erros que cometem ou as suas imperfeições e que não será você que vai fazer alguém pensar diferente, que apenas pode você ser diferente neste mundo onde nem todos sabem o que é amar, o que é valorizar e respeitar o espaço, a vida e o coração dos outros”.
Cecilia Sfalsin
Foto José Coelho
terça-feira, 29 de agosto de 2023
Coisas minhas...
Gosto da lua. Cresci a
saltar pedras e barrancos à sua luz, primeiro na "retouça" quando
gaiato, depois a fazer alguns biscates de contrabando já zagal e por fim nas
visitas semanais a casa das namoradas antes d'ir p'rá tropa.
Era muito bom poder ver onde
punha os pés nessas noites de namorico quando tinha de atravessar tapadas
e canchais desde a Beirã até aos Cabeçudos, ou até aos Aires, ou até à Torre,
para lá do Pereiro.
Não parava quieto!
É verdade que já nesse tempo
havia as estradas que há hoje, embora não tão boas, mas caminhar pelos
"atravessos" que havia por toda a parte tornava os percursos bem
mais curtos e menos cansativos, porque a brincar a brincar, eram sempre uns
bons quilómetros para calcorrear a penantes.
Havia por aqui muitas
histórias de medos, com ou sem culpas da lua. Por exemplo aquela da
galinha com pintos nas proximidades do cemitério que seriam um bando d'almas
penadas a pedirem rezas às pessoas que por ali passavam em noites de
lua.
A propósito dessa crença, certa
noite, quatro e tal de uma enluarada madrugada vinha eu de ir levar a
moça a casa no fim de um baile, quando ouvi um estranho resmalhar:
- Ressshhhh....
Ressshhhhh...
Depois aquilo parava. E eu parei também. Não com medo mas intrigado, decidido a ver e a entender de onde procedia aquilo.
Outra rabanada de vento e outra vez...
- Ressshhhh...
- Mau! Pensei.
- Q'ués ver qué a galinha c'os
pintos?
E mentalmente, continuando a
brincar com a situação, chamei:
- Pipi... pipi... pipi... conforme a minha mãe fazia a chamar as nossas galinhas para lhes dar o milho. De súbito e enquanto eu cogitava naquelas parvoíces todas, um novo ressshhh... quase, quase, ao pé de mim.
Olhei.
Prestei atenção.
E vi.
E
percebi.
E...
- Eureka! Pensei para comigo:
- "Télé lá" o
misterioso "resmalhar"?
- Homessa!
- Assim se inventava um
medo...
Eram apenas algumas folhas
secas dos enormes choupos que ladeavam naquele tempo a estrada. Porque era
outono, as árvores estavam a desfolhar-se. E as folhas secas, encarquilhadas, levadas pelo vento a serem arrastadas pelo alcatrão, faziam aquele barulho que o
silêncio da madrugada ampliava tornando-o estranho e de certo modo
inexplicável, pelo sossego da hora.
Caminhei ao seu encontro e pisei-as desfazendo-as debaixo dos pés para me certificar. Era mesmo aquilo. Um sopro mais vivo do vento e lá atrás outras irmãs daquelas que eu havia pisado, aprontavam-se para a sua viagem sobre o alcatrão até encontrarem aconchego e se acomodarem nalguma nesga entre os canchos:
- Ressshhh... Ressshhh...
Excerto de: "Contos da lua cheia" no Livro Histórias do Cota, págs.127 e seguintes.
José
Coelho
Tudo tem limites, até o perdão
Autor desconhecido
segunda-feira, 28 de agosto de 2023
Tudo, menos isso
A familia (materna) quase toda numa foto
domingo, 27 de agosto de 2023
Ser capaz de ser feliz...
Ser capaz de ser feliz, apesar de tudo, mesmo de tudo...
sexta-feira, 25 de agosto de 2023
quinta-feira, 24 de agosto de 2023
Também se chama amor-próprio
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
Mais do mesmo
terça-feira, 22 de agosto de 2023
Uma pedra só, não faz parede
Passavam poucos minutos das cinco
da tarde no penúltimo sábado deste final de Agosto quando entrei na Igreja para
assistir à missa vespertina que substituiu a missa de domingo
ininterruptamente celebrada durante mais de setenta anos nesta Casa que sirvo
dedicadamente desde os seis anos de idade, quando o então reverendo e saudoso
padre Joaquim Caetano me escolheu para seu sacristão, "ofício" que,
feliz com a escolha, exerci até terminar a escolaridade obrigatória e só
abandonei quando o meu pai me pôs a guardar um rebanho de ovelhas logo a seguir
ao exame da quarta classe.
Fui propositadamente mais cedinho por saber de antemão que a escassa meia dúzia de pessoas que vai assistir à missa só começa a chegar quase em cima da hora e assim eu poderia ficar alguns momentos a sós com a Senhora do Carmo ladeada pelas imagens em miniatura dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, do Santíssimo Sacramento presente no Sacrário a Seus pés, assim como com todas as outras imagens entronadas nos altares laterais do templo: A Rainha Santa Isabel, a Senhora de Fátima, o S. José com o Menino, o Menino Jesus de Praga e a Senhora da Conceição na nave, mais o velhinho São João Baptista que discretamente preside à pia baptismal no Baptistério onde eu fui batizado há 71 anos, depois as minhas irmãs mais novas, a seguir os meus filhos, e, mais recentemente, as minhas netas.
Neste local sagrado casaram ainda os meus pais, casámos eu e as minhas três irmãs e casaram também os meus filhos. Como não hei-de sentir-me tão bem neste lugar que para além de Templo de Deus e da Senhora do Carmo é também o cofre onde guardo as mais doces recordações da minha vida, assim como, com toda a certeza, da vida de centenas de Beiranenses que vivem longe mas aqui continuam espiritualmente ligados. Existe por parte de todos uma mística muito especial de devoção à Senhora do Carmo, particularmente comprovada ano após ano no dia da sua festa, quando aqui comparecem às dezenas, vindos de todos os lugares para onde a vida os obrigou a irem viver pelas mais diversas razões, mas principalmente pelo encerramento da estação e via férrea.
Cedo me dei conta que a Beirã estava a esvair-se lentamente diante dos meus olhos e a Paróquia a seguir o mesmo caminho. Sem pessoas não há vida mas para a Paróquia era aparentemente mais ameaçadora a falta de presbíteros do que a falta de fiéis, pois os que teimámos em resistir e continuamos cá, particularmente no que a mim e à minha família diz respeito, tudo temos feito para colaborar e manter viva esta comunidade. Não tem sido fácil e nem importa sequer enumerar as dificuldades que foram substancialmente agravadas com a morte inesperada do Reverendo Padre Luís Marques que mudou tudo radicalmente. Se aos domingos não compareciam já muitos fiéis - porque já então éramos poucos - aos sábados "a coisa" ficou mais escassa.
Há celebrações em que somos apenas seis ou sete presenças. E não há retorno possível.
Foi sobre tudo isso que comovido até às lágrimas, em silêncio e a sós, "conversei" mentalmente com Jesus do Sacrário e com a Senhora Sua Mãe neste sábado, antes de abrir as portas da igreja e preparar o ambão para as leituras da Palavra, porque os paramentos do pároco já estavam preparados na sacristia e as alfaias para a Consagração Eucarística sobre o altar, colocados poucas horas antes pela Maria Manuela Coelho que lá foi preparar tudo o mais, como faz semana após semana por já não haver acólitos. Custe ou não, a verdade é por demais evidente. Sacrificando a missa dominical com recurso à missa vespertina no sábado, o Senhor da messe providenciou o Pastor como foi possível para que a celebração semanal continuasse. Não é, portanto, a falta de presbíteros que está a deixar vazias as celebrações.
É a falta de pessoas.
E como dizia o meu pai, uma pedra só não faz parede.
Rendo-me à evidência. É tempo de mudar de pensamento e de vida, de procurar e encontrar alguma solução que torne menos deprimentes os dias que eventualmente ainda temos para viver. Há mais mundo, há mais vida, há opções que embora difíceis podem ser tomadas. Fiz o que pude, enquanto pude. Para quê lutar mais? Dom Quixote de la Mancha só houve um e na Beirã nem sequer existem moinhos de vento, existe agora uma áurea de euforia que são os AL's na tentativa de repovoar a aldeia com turistas.
Oxalá seja duradoura, mas já não acredito muito em milagres...
José Coelho
segunda-feira, 21 de agosto de 2023
Grande mestra ela é
Senhora das Dores 2023
domingo, 20 de agosto de 2023
Preciosidades
Encontrei esta preciosa foto ao acaso na net. Não sei quem foi o fotógrafo ou quem a publicou, não sei se é um cortejo, um casamento ou se apenas vinham para alguma festa, mas sei que é nas Chorilhas e no sentido Barretos - Beirã porque a paisagem continua lá quase na mesma, pouco mudou, apenas a estrada - N 359 - deixou de ser em terra batida, hoje é um pouco mais larga e foi alcatroada. Logo, este registo deve ser da minha idade ou pouco mais velho que eu, anos 40/50 do séc. XX.
Obrigado a quem fez o favor de a partilhar!
sábado, 19 de agosto de 2023
sexta-feira, 18 de agosto de 2023
Bom fim de semana
quarta-feira, 16 de agosto de 2023
Gastronomia (também) é Cultura
terça-feira, 15 de agosto de 2023
Reflectir faz bem à saúde
Há
dias na nossa vida em que nos sentimos perdidos e tudo parece dar errado. Quando
essa sensação persiste é necessário mudar. Não adianta insistir e continuar por um
caminho que não leva a lado nenhum porque haverá sempre outro. A vida é composta
de mudanças e temos de aceitá-las sem medo quantas vezes forem necessárias para que nunca nos acostumemos ao que não nos faz felizes.
Foto Maria Coelho