sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Bom fim de semana


 

Um jovem observava um ancião sentado num dos bancos do jardim. Acercou-se dele e perguntou-lhe:

- O senhor recorda-se de mim?

O ancião disse que não.

Então o jovem disse-lhe que foi um dos seus alunos.

O ancião pergunta-lhe:

- Ah, foi? E qual é hoje a sua profissão?

O jovem respondeu:

- Sou professor...

- Como eu! Murmurou o ancião, com um ar feliz.

- Bem, sim. Formei-me para professor porque o senhor me inspirou a tomar essa decisão.

O ancião, curioso, pede ao jovem que lhe explique porquê.

E o jovem conta-lhe uma história:

- Um dia, um amigo meu também estudante, chegou à escola com um relógio novo e lindo. E eu roubei-lho. Pouco depois o meu amigo apercebeu-se do roubo e informou imediatamente o professor, que era o senhor. Então o senhor fechou a porta e mandou toda a gente levantar-se porque ia revistar os nossos bolsos um por um. Mas primeiro disse para todos nós fecharmos os olhos. Assim fizemos e o senhor procurou bolso a bolso, e, quando chegou junto de mim encontrou o relógio no meu bolso e tirou-o. Ainda assim o senhor continuou a revistar os bolsos de todos e ao terminar disse:

- Abram os olhos. Encontrei o relógio!

O senhor nunca me disse nada nem nunca mencionou o meu nome naquele episódio. Nunca disse quem foi que roubou o relógio. Naquele dia, o senhor salvou a minha dignidade para sempre. Foi o dia mais vergonhoso da minha vida. Nunca me disse nada e, embora nunca me tenha repreendido ou chamado para me dar uma lição de moral, percebi claramente a mensagem. E graças ao senhor compreendi que é isso que um verdadeiro educador deve fazer.

- Lembra-se desse episódio, professor?

E o professor respondeu:

- Lembro-me da situação, do relógio roubado, de ter revistado os bolsos de toda a gente na sala, mas não me lembrei de ti porque enquanto eu vos revistava os bolsos também estava com os olhos fechados.

Essa é a essência de toda a decência.

Se para corrigir precisas de humilhar, então não sabes ensinar.

Autor desconhecido