A tia Ana Alvarrão Coelho numa das fotos que o seu filho,
o primo Francisco Alegria, me enviou.
Pouco passava das três da tarde um certo dia, quando o telemovel me deu sinal de nova mensagem no WhatsApp.
Fui ver e...
- Oi. Tudo bem?
Sou o filho do Francisco, seu primo aqui do Brasil.
(...)
Emocionado até à medula, respondi, meio atarantado:
- Oi. Tudo bem?
Sou o filho do Francisco, seu primo aqui do Brasil.
(...)
Emocionado até à medula, respondi, meio atarantado:
- Abílio ou Bily como o seu pai lhe chamava quando falava comigo sobre você...
Resposta pronta:
Resposta pronta:
- Isso mesmo!
Nós recebemos seu livro. Infelizmente foi bem no dia do falecimento do pai (...) ele passou por uma cirurgia e não resistiu.
(...)
Ufff...
Impossível conter o espelho de água que começou a toldar-me a visão logo no início da conversa.
Dois ou três minutos para recuperar a serenidade e retomarmos o assunto.
(...)
Ufff...
Impossível conter o espelho de água que começou a toldar-me a visão logo no início da conversa.
Dois ou três minutos para recuperar a serenidade e retomarmos o assunto.
A certa altura o Bily diz:
- A avó Ana gostaria de conversar com você.
(...)
A querida tia Ana!
Falámos emocionada e longamente eu e ela, a esposa do irmão mais novo do meu pai, o tio Abílio que por lá faleceu há já muitos anos, mãe do primo Chico Alegria que no dia 20 de Abril nos deixou também. Conheci-a pessoalmente no verão de 1981 quando ela veio a Castelo de Vide tratar de assuntos de família e visitar-nos. É uma doçura de senhora como se pode verificar na foto que o primo Chico me mandou antes de partir para a eternidade. Adorámos conhecê-la e conviver com ela nesses breves dias e nunca mais a esqueceremos.
Eu era ainda muito pequenito quando eles partiram para o Brasil em busca de um futuro melhor e não tenho qualquer memória do tio Abílio nem do bébé e primo-irmão Francisco Alegria Alvarrão Coelho. A família manteve no entanto sempre algum contacto através de cartas e fotos, motivo porque nunca nos esquecemos uns dos outros apesar das 6 décadas já passadas. Foi contudo pela internet e pelo meu gosto na escrita que conseguimos voltar a encontrar-nos há 12 anos.
O blogue não se chamava então "Meu vício da escrita" mas sim o seu antecessor "TocadosCoelhos". Nele falava bastante da família que tenho no Brasil e não conhecia mas gostava de conhecer. Um dia, pesquisando na net por algo que lhe fazia falta, o primo Chico Coelho deparou-se com um artigo que falava sobre ele num blogue. Era o meu TocadosCoelhos. E no momento seguinte estava a contactar-me por aquela via identificando-se como o primo Francisco Alegria Coelho, do Brasil.
Desde então nunca mais perdemos o contacto assíduo em longas conversas, os dois ávidos de nos conhecermos melhor, assim como a vida, a situação presente de cada um de nós e da nossa família, pais, irmãos - só no meu caso porque ele era filho único - esposas, filhos, assim como os outros tios e primos comuns. Adorava tratar-me por primo Zéi, desde o dia que viu num artigo escrito por mim que a minha Mãe dizia sempre "o mê Zéi" quando se referia a mim. A partir desse dia Passei a ser também o "primo Zéi" do Chico Alegria que morava do outro lado do oceano.
Fizemos, inclusive, planos para o reencontro, logo que ele se aposentasse e para o que já faltava pouco. O seu grande sonho era voltar um dia à sua terra natal, Castelo de Vide. Tal já não será possível porque a vida não deixou. Fica-me esta pena para o resto da minha. Curiosamente, ontem à tarde, ao conversar com a senhora sua mãe e minha querida tia Ana nos seus já muito respeitáveis 91 anos, em lugar de ser eu a confortá-la pela enorme perda do filho querido, foi ela a mãe-coragem que me confortou a mim, ao perceber que eu não conseguia articular qualquer palavra pela emoção que me fez emudecer:
- Ele estava num grande sofrimento, meu filho. Temos de aceitar e conforma
(...)
A querida tia Ana!
Falámos emocionada e longamente eu e ela, a esposa do irmão mais novo do meu pai, o tio Abílio que por lá faleceu há já muitos anos, mãe do primo Chico Alegria que no dia 20 de Abril nos deixou também. Conheci-a pessoalmente no verão de 1981 quando ela veio a Castelo de Vide tratar de assuntos de família e visitar-nos. É uma doçura de senhora como se pode verificar na foto que o primo Chico me mandou antes de partir para a eternidade. Adorámos conhecê-la e conviver com ela nesses breves dias e nunca mais a esqueceremos.
Eu era ainda muito pequenito quando eles partiram para o Brasil em busca de um futuro melhor e não tenho qualquer memória do tio Abílio nem do bébé e primo-irmão Francisco Alegria Alvarrão Coelho. A família manteve no entanto sempre algum contacto através de cartas e fotos, motivo porque nunca nos esquecemos uns dos outros apesar das 6 décadas já passadas. Foi contudo pela internet e pelo meu gosto na escrita que conseguimos voltar a encontrar-nos há 12 anos.
O blogue não se chamava então "Meu vício da escrita" mas sim o seu antecessor "TocadosCoelhos". Nele falava bastante da família que tenho no Brasil e não conhecia mas gostava de conhecer. Um dia, pesquisando na net por algo que lhe fazia falta, o primo Chico Coelho deparou-se com um artigo que falava sobre ele num blogue. Era o meu TocadosCoelhos. E no momento seguinte estava a contactar-me por aquela via identificando-se como o primo Francisco Alegria Coelho, do Brasil.
Desde então nunca mais perdemos o contacto assíduo em longas conversas, os dois ávidos de nos conhecermos melhor, assim como a vida, a situação presente de cada um de nós e da nossa família, pais, irmãos - só no meu caso porque ele era filho único - esposas, filhos, assim como os outros tios e primos comuns. Adorava tratar-me por primo Zéi, desde o dia que viu num artigo escrito por mim que a minha Mãe dizia sempre "o mê Zéi" quando se referia a mim. A partir desse dia Passei a ser também o "primo Zéi" do Chico Alegria que morava do outro lado do oceano.
Fizemos, inclusive, planos para o reencontro, logo que ele se aposentasse e para o que já faltava pouco. O seu grande sonho era voltar um dia à sua terra natal, Castelo de Vide. Tal já não será possível porque a vida não deixou. Fica-me esta pena para o resto da minha. Curiosamente, ontem à tarde, ao conversar com a senhora sua mãe e minha querida tia Ana nos seus já muito respeitáveis 91 anos, em lugar de ser eu a confortá-la pela enorme perda do filho querido, foi ela a mãe-coragem que me confortou a mim, ao perceber que eu não conseguia articular qualquer palavra pela emoção que me fez emudecer:
- Ele estava num grande sofrimento, meu filho. Temos de aceitar e conforma
Obrigado tia Ana, grande Senhora e Mãe, por não permitir que se quebre o laço familiar que nos une a todos há tantos anos. Um beijo do tamanho do oceano que nos separa, com todo o meu carinho...
José Coelho