sexta-feira, 16 de junho de 2023

Uma história verídica em quadradinhos...


Foto feita pelo meu filho Pedro no Buçaco e no dia que soubemos o resultado da biópsia.


Maio 2016 - Primeiro sinal de alarme: PSA = 12.09.  Se 4.0 aponta já para 26,9% de hipótese de cancro, imagine-se 6 vezes acima do normal. Enorme preocupação.


Feita ecografia prostática e biópsia com recolha de 6 amostras... "Não se documenta tecido neoplásico"  Trocado por miúdos, é benigno! Ufff... Graças a Deus.


Já no exame seguinte, o diagnóstico foi menos otimista: "Fluxo sugerindo obstrução".


Tem de ser submetido a uma Ressecção Endoscópica da Próstata, disse o Dr. João Varregoso, Cirurgião e Coordenador da Unidade de Urologia do Hospital Lusíadas Lisboa, a quem recorri para resolver este problema de saúde.
- Vá para casa, pense, depois diga-me alguma coisa.
- Pensar o quê, Sr Dr? Já está já pensado... Confio absolutamente no seu diagnóstico e se tem que ser, seja. Faça favor de marcar a cirurgia quanto quiser.
-  Ok. Então vamos operá-lo... deixe-me ver a agenda ... no dia 16 de Junho.
- Esteja cá às 11 horas da manhã para ser internado...



- A ressecção endoscópica da próstata é uma cirurgia que se faz através da uretra para remover o que está a obstruí-la. Uma vez que não há cortes nem tecidos para voltar a suturar, o pós-operatório é menos complicado para si. Vai sangrar durante algumas semanas, sentirá ardor ao urinar, mas irá melhorando à medida que a ferida for também cicatrizando por dentro, esclareceu-me amavelmente o senhor Doutor.


Aspeto de um intruso - adenoma - que o Dr teve de me remover da próstata e que já não deixava quase esvaziar o xixi da bexiga originando a prostatite crónica aguda que fez disparar o PSA para os tais valores malucos 6 dígitos acima da tabela normal, pregando-nos um enorme susto.


Após a cirurgia que demorou duas horas, seguiram-se mais 18 horas de lavagem contínua com 6 litros de composto sódico a entrar incessantemente por uma sonda introduzida pela uretra até à bexiga, afim de limpar e extrair sangue e resíduos provenientes da zona intervencionada, para voltar a sair pela outra outra sonda para dentro de um saco. Entretanto eu tinha de ingerir em simultâneo um mínimo de 3 litros de água por cada 24 horas.


Aqui pode perfeitamente  ver-se o composto sódico a entrar transparente por uma sonda e a sair ensanguentado pela outra. Foi duro, muito duro, mas o pior já passou. Estou em casa desde o dia 28 de Junho a convalescer e ainda não parou de sangrar mas a tendência é melhorar a cada dia que passa. Obrigado a quem, família e amigos, me têm endereçado votos de boas melhoras. Um forte abraço para todos.

Nota: Esta história aconteceu-me em 16 de junho de 2016 . Faz hoje 7 anos. A gente nunca mais esquece...