Figos-chumbos nas imediações da minha casa
Quase Outono
O sol que
secou a face da terra,
fazendo
restolho dos verdes mais belos,
começa a cobrir-se no vale e na serra,
de limbos
de nuvens a lembrar castelos.
Notam-se
agora brisas mais suaves,
as folhas
nas árvores a amarelecer,
juntas em
bando vão migrando as aves,
começa o chilreio a emudecer.
Aqui e
além rebentam sementes,
já fecundadas pela maresia
os novos pastos espreitam latentes,
cresce a noite e mingua o dia.
São as
estações como a nossa vida,
verão,
logo outono que o inverno traz,
porque a
primavera uma vez vivida,
voltar a vivê-la ninguém é capaz.
A roda do
tempo que veloz rodou
tal
como o vento só passa uma vez,
certo é o
agora que o ontem findou,
o amanhã
quem sabe se virá talvez.
Bem-vindo setembro dos dias amenos,
eu também já estou no outono da vida
e tal
como os teus, peço dias serenos,
nos que me
faltarem para a ter vencida.
Beirã 1 de setembro de 2016
José
Coelho
Texto e foto