sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Bom fim de semana


Quem sou? Talvez água presa num açude,
o mítico sussurro dos montados,
a força, o sangue, no sulco dos arados?
Sou filho da planície nobre e rude!
Esta sede de infinito não me ilude!
Vivo na terra dos sonhos doirados!
Sou nobre e senhor, desço aos povoados,
onde tudo é Nobre e Senhor, amiúde.
Trago no peito herança moirama.
Minha tez morena rejubila e clama,
meu alfanje antigo é lusitano.
Sou tão criança como o sol nascente!
Tão velho e triste como o sol poente,
o eco de ti próprio, Alentejano!
 
Manuel Manços