Um velho pessegueiro já semi-bravio pela idade, plantado há décadas à beira de um caminho nos arredores da minha Beirã e ao qual eu, menino ainda, surripiava muitas vezes alguns pêssegos às escondidas do dono.
Continua lá assim, indiferente ao abandono e ao passar dos anos, a dar frutos abundantemente.
Colhi dois ou três para me certificar se seriam ainda saborosos como eram dantes.
Ainda assim, os olhos marejaram-se-me involuntariamente de lágrimas não pelo amargor dos inocentes frutos porque já são meio bravos, mas porque a saudade que me avassalou naquele momento foi tão intensa que doeu...
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