sexta-feira, 18 de maio de 2018

Excertos...

Lembro-me perfeitamente de tod@s, assim

"... Os meus avós maternos viviam o seu dia a dia com uma simplicidade tal que ainda hoje os recordo carinhosamente e com imensa saudade..."

"(...) e a minha avó Amélia (...) Era uma mulher pequenina, amorosa de trato meigo e muito carinhosa com os netos. Uma formiguinha trabalhadeira que sempre arranjava algo para fazer nas suas lides caseiras, que ia a pé e a pé voltava da Cavalinha ao mercado de Santo António das Areias todos os sábados para “mercar” muitas vezes apenas algum queijo e mais  dois ou três litros de milho para as galinhas poedeiras. (...)"

"(...) A pequena casa onde viviam junto ao fresco ribeiro da Beirã por detrás da caseta da passagem de nível da Cavalinha, era imaculadamente branca por dentro e por fora. Aquela varanda estava sempre impecavelmente limpa e arrumada, coberta por uma frondosa e fresca latada que dava uns deliciosos cachos moscatel brancos. Na grande janela alinhavam-se vasos com manjericos, cravos e flores de cera. E havia ainda um canteiro com flores de noiva, dálias, açucenas e um cheiroso alecrim, num ajardinado canto existente entre a casa e a cancela que dava para o caminho.

Aquela casinha branca era um pequeno paraíso de paz e harmonia, habitado por duas criaturas maravilhosas com quem dava gosto conviver porque eram o exemplo perfeito da honradez da honestidade e da perfeição humanas. Nunca tínhamos pressa de os deixar. E quando por fim tínhamos que vir embora de ao pé deles, trazía-se  sempre o desejo de lá voltar, o mais depressa possível. (...)"

Do livro Histórias do Cota