Lembro-me perfeitamente de tod@s, assim
"... Os meus
avós maternos viviam o seu dia a dia com uma simplicidade tal que ainda hoje os
recordo carinhosamente e com imensa saudade..."
"(...) e a
minha avó Amélia (...) Era uma mulher pequenina, amorosa
de trato meigo e muito carinhosa com os netos. Uma formiguinha trabalhadeira
que sempre arranjava algo para fazer nas suas lides caseiras, que ia a pé e a
pé voltava da Cavalinha ao mercado de Santo António das Areias todos os sábados para “mercar” muitas vezes apenas algum queijo e mais dois ou três litros de milho para as galinhas
poedeiras. (...)"
"(...) A pequena casa onde viviam junto
ao fresco ribeiro da Beirã por detrás da caseta
da passagem de nível da Cavalinha, era imaculadamente branca por dentro e por
fora. Aquela varanda estava sempre impecavelmente limpa e arrumada, coberta por
uma frondosa e fresca latada que dava uns deliciosos cachos moscatel brancos.
Na grande janela alinhavam-se vasos com manjericos, cravos e flores de cera. E
havia ainda um canteiro com flores de noiva, dálias, açucenas e um cheiroso
alecrim, num ajardinado canto existente entre a casa e a cancela que dava para
o caminho.
Aquela casinha branca era um
pequeno paraíso de paz e harmonia, habitado por duas criaturas maravilhosas com
quem dava gosto conviver porque eram o exemplo perfeito da honradez da honestidade
e da perfeição humanas. Nunca tínhamos pressa de os deixar. E quando por
fim tínhamos que vir embora de ao pé deles, trazía-se sempre o desejo de lá voltar, o mais depressa
possível. (...)"
Do livro Histórias do Cota