segunda-feira, 21 de maio de 2018

Fim de semana inesperadamente feliz...

Foto by Avó Manuela 

Às vezes levamos meses a combinar uma ajuntada. Nem sempre é fácil. Longe uns dos outros, cada qual com os seus compromissos profissionais e pessoais, quando calha a uns não dá jeito aos outros, quando calha a outros não dá jeito a uns, enfim, a vida a decorrer na sua normalidade numa família que se dividiu em três há já bastante tempo, sendo que dessa também natural divisão resultou a chegada das pimpolhas reguilas e amorosas que estamos sempre desejosos de ver e abraçar. 

A Francisca, a Mariana e também a sua mana Filipa.

E não é que, subitamente, sem nada previamente pensado ou combinado, nos juntámos todos cá em casa um fim de semana inteiro? Que alegria a Toca dos Coelhos cheia de vida e reboliço num sábado e num domingo seguidos! As pequenas a virarem tudo de pantanas, a chamarem em coro pelo avô e pela avó, a grelha e o fogão a bombarem velhos e apetecidos petiscos, toda a azáfama inerente a uma família de nove pessoas que veio reativar um movimento já pouco habitual por este condomínio.

Diz o povo na sua sabedoria que "quem se quer bem sempre se encontra" e é bem verdade. Bom seria que pudesse ser assim todas as semanas porque a vida é tão breve que qualquer dia alguns de nós já não estaremos cá. Sem quaisquer dramatismos. É inevitável. Como esta casa foi, a pulular de gente e azáfama durante décadas e reduzida agora a dois inquilinos, que melhor exemplo é necessário para reflectirmos o quanto a vida é curta, passageira e finita? Apesar de grande e espaçosa, não cabem já nela tantas e tão gratas memórias.

Foi por isso um fim de semana de todo especial. Não há nada que mais goste nesta vida do que ver-me assim rodeado pela minha gente. Sejam os filhos, noras e netas, sejam as minhas irmãs, cunhados e sobrinhas/os. Herdei isso do senhor meu pai, sempre presente na minha memória. As "piquenas" crescem a olhos vistos e em velocidade de cruzeiro, a mesma que simultaneamente vai encarquilhando e enchendo de rugas os rostos da avó e do avô, embranquecendo aqui e ali já também alguns cabelos nas cabeças dos seus papás no seu percurso de candidatos a Cotas.

Em resumo, a vida a decorrer na sua normalidade como referi no primeiro parágrafo. Fica para mais tarde recordar esta imagem captada pela avó Manuela do momento em que a Francisca perdeu o pavor que sentia pela pachorrenta e meiga Suri, a nossa rafeira alentejana, e decidiu finalmente passar para o outro lado da varanda para ir com a afilhada Mariana fazer uns miminhos à dita-cuja que as adora. Foi por iniciativa própria e sem que ninguém interferisse, dado que já tínhamos pura e simplesmente desistido de tentar convencê-la que a cadela era sua amiga.

Soube (mesmo) a pouco. Venham mais fins de semana assim...