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Uma relação entre duas pessoas
que se amam tem de se basear na capacidade de erigir um edifício. Pedra a
pedra. Tijolo a tijolo.
Poucas obras de engenharia são
mais complexas do que uma relação entre duas pessoas que se amam.
Nenhuma obra de engenharia é mais
complexa do que uma relação entre duas pessoas que se amam.
Nada é mais exigente fisicamente
do que uma relação entre duas pessoas que se amam.
Tem de haver uma entrega
absoluta. Até à última gota. Para que cada pedra esteja no local certo. E por
vezes há que caminhar quilómetros com essa pedra às costas para a colocar no
local certo. Nem mais um centímetro à frente nem mais um centímetro atrás.
Cada pedra que constróis também
pode ser cada pedra que destrói, que faz derribar todo o edifício.
Todas as relações são feitas de
pedra. Mas está na nossa mão. Está na mão dos dois constituintes de uma relação
entre duas pessoas que se amam definir se a pedra serve para separar se a pedra
serve para unir.
Todas as relações são feitas de
pedra.
E é assim que construo. É assim
que pela primeira vez construo. Estou a construir. Digo-te cada verdade e sei
que estou a colocar as pedras que nos separavam nos locais certos. Para que o
edifício cresça quando já estava quase a cair. Para que possas depois perceber
se queres construir comigo ou se queres que tudo isto que somos caia de vez.
Olho-te nos olhos e sei que
choras. Sei que choras a cada verdade que te entrego, a cada pedra que te
coloco nas mãos.
Não sei se terás força para as
suster, se terás força para as aguentar, para as suportar dentro de ti. Não sei
se algum de nós conseguirá levar mais longe este edifício. Mas sei que me sinto
enfim a ser eu em ti como tu sempre foste em mim.
Todas as relações são feitas de
pedra.
Há que construir.
Há sempre que construir.
Pedro Chagas Freitas in Prometo
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