"Poucas coisas na vida são tão gratificantes como deitar a
cabeça no travesseiro com a consciência tranquila, porque esse é um privilégio
das pessoas que não têm nada a esconder."
- Luiza Flecher.
No próximo dia 16 de julho de 2023 a Tuna Sénior de Marvão irá pela
primeira vez tomar parte na Solene Eucaristia em Honra Nossa Senhora do Carmo –
Padroeira da Beirã que este ano celebrará simultaneamente o 80º aniversário da
inauguração da Igreja e o 70º aniversário da sua elevação a Paróquia.
Sou Marvanense – ou
Marvanejo como muito bem canta o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Santo
António das Areias – e sinto um particular orgulho em fazer parte deste grupo de
pessoas dispostas a dar o seu melhor pelas boas causas, mesmo sabendo que há
quem se oponha ou critique.
“Deus quer, o homem
sonha, a obra nasce” - diz o ditado popular:
- Se Deus quer, não o podemos
ver.
- Se o homem sonha,
também não é possível observar-se a olho nu.
Mas o que não pode de
todo ser invisível aos olhos de ninguém é o empenho e a generosidade das 36 pessoas
– 30 senhoras e 6 cavalheiros – que fazem parte da Tuna Sénior de Marvão
orientada pelo Professor Carlos Vilhalva e oriundas de todas as freguesias do
Concelho que, saindo da sua zona de conforto – alguns a expensas suas – se dispõem
a contribuir na dignificação do Dia Maior de cada Comunidade Paroquial deste
Concelho que o solicita, após obtida a concordância e respetiva orientação do
Rev. Pároco que as irá presidir.
Não é tarefa fácil
porque se da Tuna fazem parte algumas pessoas que simultaneamente fazem parte dos coros paroquiais e têm alguns conhecimentos desses desempenhos, outras
pessoas há também que do mesmo não têm qualquer experiência. Porém, todas dão, de igual modo sempre, o seu melhor. Se ninguém é perfeito, também ninguém é melhor ou pior do que os
outros.
Daí os inúmeros
acertos nos sucessivos ensaios até à véspera da Celebração Eucarística, porque
se é verdade que a sua importância é sempre a mesma, seja para uma dezena de
fiéis ou seja para uma centena, não é menos verdade que a responsabilidade de
quem a celebra e nela colabora, aumenta significativamente em proporção da
quantidade de participantes.
Tomemos como exemplo
de comparação uma Eucaristia na nossa pequena Paróquia com uma Eucaristia em
Fátima. A importância é exatamente a mesma porque uma e a outra perpetuam Cristo
na Última Ceia com os Doze Apóstolos, mas o peso da sua responsabilidade é
completamente desproporcional.
São para mim dias e
noites de particular desassossego porque sei as limitações que todos possuímos,
a começar pelas minhas, assim como sei também qual é o meu lugar na vida. Não
ando, nunca andei, em busca de protagonismos e é público o meu habitual recato
no sossego da minha casa e no seio da minha família mês após mês, ano após ano.
Jamais assumiria uma responsabilidade se não tivesse a firme convicção de que seremos
capazes.
A confirmá-lo, pensemos
apenas no que já fizemos juntos e o quanto valeu a pena.
Profundamente grato e
pedindo desculpa se alguma coisa digo ou faço que mesmo sem essa intenção possa
ser interpretada como menos correta, reitero o meu orgulho em fazer parte da Tuna
Sénior de Marvão e também de ser Marvanejo.
10 de julho 2023
José Coelho
Foto António Gil