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Aceitará
a população morrer passivamente?
As
pessoas estão revoltadas. A parasitagem do território pela nova-rica classe
política, é mais crua e brutal do que o foi a exploração das colónias.
Fizeram-no e fazem-no sem ao menos mostrar um pingo de sentido de Estado. O
país tornou-se politicamente inviável. Deixou de ser possível viver aqui, ou a
breve prazo, deixará.
Mas
as pessoas devem revoltar-se desde logo consigo mesmas. E não digam que os
sinais não eram evidentes. Há muitos anos que o país está à beira da morte por
inanição.
E
as contas são simples: o território rondava os onze milhões em 1974 (talvez um
pouco mais) e recebeu mais um milhão de retornados no ano seguinte. Em 1990
andava a população nos oito milhões (porventura um pouco mais).
Uma quebra de
população de quatro milhões de pessoas, aproximadamente, em 15 anos, equivale a
uma hecatombe militar.
No
final dos anos 90, e durante a primeira década do novo século, a droga roubou a
vida a centenas de conhecidos meus. De todas as falanges sociais. Ninguém quis
saber.
A
minha geração, chegada aos 30 sem conseguir sair de casa dos pais e saturados
de lhe chamarem “geração rasca”, decidiu emigrar. Este ano, foram 300.000. Mas
não culpem disso Passos Coelho, que quando os mandou emigrar, fez a única coisa
honesta de que me lembro ter sido feita por este governo. Noutros anos os
“resultados” foram semelhantes.
Já no Governo anterior não me lembro de
honestidade nenhuma. Mesmo quando os cortes salariais eram aprovados, já no 3º
PEC, a passividade catatónica continuou. Mesmo quando o próprio Estado, no
governo sócrates, usou os recibos verdes em despudorada fraude à lei, para
explorar mais e mais jovens. E até menos jovens. É interessante o grau de
miséria que consegue construir-se prometendo a prosperidade.
A
pergunta que se impõe, é evidente: quem é que agora vai pagar as reformas?
Nada
obriga as gerações futuras a pagar seja o que for.
Nada
as obriga sequer a continuarem aqui.
E
a verdade é que esta é uma realidade da qual só agora a população em geral se
apercebeu. Foi preciso, num ano, o país perder 300.000 jovens. Números oficiais
(imaginem os reais).
Se
António Costa é a solução?
Como
é que o pode ser se foi e é parte do problema?
O
que espera a geração dos meus pais?
Dino
Barbosa in noticiasonline.eu