Oito meses já passaram. Mas hoje não quero ficar triste, agarrado apenas ao dia vinte e oito de Julho do ano passado, Mãe.
Prefiro recordar-te assim num dia para ti e para nós, bastante feliz.
O dia em que cumpriste as tuas 85 primaveras e estavas bem de saúde, toda janota e rodeada de quase todos os teus, no almoço que fizeste questão de promover para os celebrar.
E digo "quase todos os teus" porque não esteve lá a tua filha Maria da Luz com o marido, os filhos e netos já teus bisnetos, uma vez que a falta de condições neste maltratado país os levou a procurarem demasiado longe, o seu pão de cada dia.
Mas só estavam fisicamente ausentes porque nos nossos corações estiveram também presentes.
Foi a festa que tu quiseste ter.
Rodeada de muitos daqueles que amavas incondicionalmente.
E foi também por isso mesmo um dia muito importante para todos nós e especialmente para ti.
Cumprem-se hoje oito meses que foste ter com os que também amaste sempre mas partiram antes de ti.
Sei que estão agora todos juntos e em paz.
Por isso não vai ser um dia para ficar triste por já não te ter junto de mim. Vou antes ficar grato por te ter tido por Mãe e pelo privilégio de ter recebido a maior fatia desse amor infinito que nunca negaste a ninguém.
É muito gratificante poder ver assim o teu bonito rosto cada vez que a saudade aperta porque suaviza bastante a tua perda e ausência.
Um dia voltaremos a estar juntos, Mãe.
Para sempre...