domingo, 22 de março de 2015

Oficialmente já é... Mas não parece.



Esta foto é já antiga. Foi feita por mim numa outra primavera, daquelas que havia dantes quando toda a natureza se vestia com o seu fato de gala nesta época do ano e tudo à nossa volta eram verdes pastos salpicados de papoilas, malmequeres ou mil outras flores e cores.

Lá está ele com as coisas de antigamente, dirão vocês. Sim, dou a mão à palmatória. Escrevo sempre muito sobre tudo o que já passou e conheci, porque de facto sinto que foi bem melhor em quase todos os aspectos esse passado, do que são os tempos que correm e em que vivemos.

Apetece-me dizer com algum desconsolo neste noss0 linguajar regional: - Porra! Até a porcaria do tempo já não é o que era!
Basta olharmos. A tal prima Vera chegou ontem dia 21 de Março como era sua obrigação. Mas onde está ela? O frio não arredou pé, e, como no inverno pouco choveu, não há pastos, não há flores, não há quase nada daquilo que era costume haver neste tempo. 

Só as giestas alveirinhas aguentaram os gelos do inverno e estão a dar um ar da sua graça e a encherem-se das alvas cores da maia que lhe confere o nome. Lá mais para a Páscoa serão as negrais que se irão cobrir  com o seu único e vistoso véu amarelo-forte. De resto, os campos estão completamente pelados, os ribeiros e barrocas quase enxutos, as fontes à beira das estradas a correrem só um fio.

Cá para mim o Donodistotudo lá de cima zangou-se a sério conosco. (Não, não é o outro do banco que faliu porque esse era só designado por DDT). E sinceramente eu não entendo. É que os DDTs cá de baixo são corruptos e gananciosos mas lá em cima não há outros governantes ou administradores. É mesmo só Ele. E ensinaram-me de forma muito convincente que é nosso pai. Por eu também ser pai é que não consigo entender um cada vez maior número de coisas.

Todos sabemos que o mundo anda completamente do avesso e muitos homens enlouqueceram de vez. As barbaridades a que assistimos diariamente nos noticiários deixam-me muitas vezes apreensivo e incrédulo. Mas nem todos os homens são assim criminosos, loucos e merecedores de grandes castigos pelas atrocidades cometidas. Às vezes (se calhar ingenuamente) penso que estamos todos a pagar por isso...

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