domingo, 3 de abril de 2022

Coisas que leio

Selfie José Coelho - 03.04.2022

A origem de muitas das nossas decepções é pensarmos que os outros farão por nós aquilo que nós somos capazes de fazer por eles. Esperamos sempre a mesma sinceridade, o mesmo respeito e a mesma reciprocidade, mas isso nem sempre acontece. Os valores que definem os nossos corações não são os mesmos que definem o coração dos outros.

Uma maneira simples de encontrar a felicidade pode residir no acto de minimizarmos as nossas expectativas. Quanto menos esperarmos, mais poderemos receber ou encontrar. É certamente um argumento um tanto controverso, no entanto, não deixa de ter a sua lógica.

“Não esperes nada de ninguém porque desse modo o teu coração irá armazenar menos decepções.”

Todos sabemos que no que diz respeito às nossas relações, é impossível não ter expectativas. Esperamos que os outros tenham certos comportamentos porque desejamos ser respeitados, compreendidos e valorizados. Agora isso não impede que, por vezes, estas previsões falhem. Quem espera muito dos outros, geralmente acaba ferido.

Ninguém erra por tentar ver sempre o lado bom das outras pessoas. Temos o direito de vê-lo, encontrá-lo e até mesmo promovê-lo, mas com alguma cautela. Porque a decepção é irmã das expectativas elevadas, por isso é mais apropriado não se deslumbrar antes do tempo.

As aparências não costumam enganar-nos mas o que muitas vezes falha são as nossas próprias expectativas acerca dos outros.

Podemos esperar muito dos demais, no entanto, o certo é esperar sempre mais de nós mesmos.

Para o ajudar a deixar de esperar muito das pessoas ao seu redor, lembre-se do seguinte:

Ninguém é perfeito. Nem sequer nós mesmos. Se fôssemos agradar às expectativas que os outros têm sobre nós, viveríamos stressados e infelizes. Por vezes é impossível, porque ninguém é um exemplo de perfeição ou virtude absoluta. Basta respeitarmo-nos uns aos outros e exercer a reciprocidade da forma mais humilde possível.

Aceite que nem sempre temos que obter algo em troca. Às vezes o melhor é aceitar que os outros são como são e que nem sempre vão fazer por nós aquilo que nós fizemos por eles.

E, claro, existem sempre também aquelas pessoas que simplesmente não valem a pena. Que não nos respeitam nem merecem ter-nos na sua vida. Nesses casos é necessário desapegarmo-nos delas, por mais difícil que possa ser.

Para concluir:

Quanto menos esperarmos, menos surpresas teremos. Dessa forma seremos um pouco mais livres e a nossa felicidade será menos dependente do comportamento dos outros.

Somos todos falíveis porque somos todos seres imperfeitos a tentar viver num mundo onde as decepções são inevitáveis, mas no qual habitam também o amor sincero e as amizades duradouras.

Valeria Sabater