Foto by José Coelho, 16.06.2016
Ressecção endoscópica prostática
16
de Junho de 2016
Hospital
Lusíadas Lisboa
Ressecção
endoscópica da próstata para me ser retirado um tumor (adenoma).
Acompanhado
pela esposa e pela nora Ana Batista que foi levar-me para ser internado às 11
da manhã.
A
cirurgia foi marcada para as 18 horas mas teve que ser alterada para as 22 por
motivo de força maior.
O
cirurgião, Dr João Varregoso, foi chamado a uma situação de urgência devida a
um acidente de viação grave.
Para
me manterem calmo e alheado das horas, sedaram-me.
Acordei
quando a equipa de enfermagem foi buscar-me ao quarto para me levar ao bloco
operatório.
Um
enfermeiro jovem e sorridente deu-me as boas-vindas no bloco apresentando-se
como o enfermeiro chefe assistente e dizendo o seu nome que já esqueci.
Toda
a equipa assistente do Dr Varregoso era disciplinada, eficiente e muitissimo
simpática.
A
seguir veio a Dra cardiologista que me ligou ao electrocardiógrafo.
Depois
a Dra anestesista.
-
Isto não vai doer nada...
Tudo
gente simpática e bem disposta.
Mais
parecia a recepção de um hotel do que o bloco operatório do mais conceituado
hospital particular do nosso país.
Completamente
grogue mas dando conta que a doutora anestesista esteve sempre à cabeceira da
mesa de operações do lado direito a falar para mim.
Não
recordo nada do que me disse e a sua voz parecia vir do fundo de um túnel.
A
doutora cardiologista também esteve sempre à cabeceira da mesa mas do lado
esquerdo a controlar os bip bips dos aparelhos a que eu estava ligado.
-
Preciso de outro balde, ouvi alguém pedir, daqueles que estavam a assistir o
cirurgião, a meio da mesa de operações.
-
O doutor está quase a terminar, disse-me a médica cardiologista..
-
Já? Demorou tão pouco! Respondi atabalhoadamente.
-
Duas horas! Já é meia noite! Respondeu a doutora.
Sem
qualquer perceção do passar do tempo dei por mim já operado no recobro cheio de
frio.
Depois
fui levado para o quarto todo entubado.
Credo...
Como
cabem tantos tubos?
Foi
duro.
Mas
já passou.
Dois
anos e meio…
A
gente nunca mais esquece
A
gente nunca mais fica como era
Ainda
assim, há que dar graças
Podia
ter sido pior…
José
Coelho, Out’18