domingo, 17 de novembro de 2024

O tempo passa, a vida também. Sejam felizes

Foto Francisca Coelho

O tempo! Esse cavalo veloz que parece trotar tão devagarinho quando somos moços e temos aquela inexplicável pressa de chegar a adultos, mas que, chegando lá, parece ganhar asas. E ainda não é ano novo já se vislumbra o carnaval, a semana santa e a páscoa para logo a seguir chegar o verão. Mas passado Agosto, os dias dão em minguar e não tarda estamos na festa dos Santos já com o Natal a acenar no horizonte.

A vida é demasiado breve. Mas quase todos nós só damos conta dessa realidade depois de ela já ter passado. Eu sei que esta afirmação é um lugar-comum mas nem por isso deixa de ser uma inquestionável verdade. Quem de nós não pensou, não admitiu até que, se pudesse voltar atrás, não faria isto, ou aquilo, ou aqueloutro da forma como o fez, convencido de que se tivesse agido de maneira diferente, talvez tivesse sido mais feliz. 

Mas -  e passe a redundância - será que teria sido assim? 

Sou crente em Deus e professo uma convicta fé. Acredito que nada acontece por acaso na nossa vida e que cada um de nós vem ao mundo com um determinado caminho para percorrer. Esse caminho a que muitos chamam destino mas eu prefiro chamar-lhe coragem, empenho, querer, e talvez também porque não, alguma teimosia. 

Sendo ainda também certo que a família, o meio ambiente e as condições em que cada pessoa nasce, cresce e se desenvolve até à idade adulta contribuem decisivamente para a formação mais ou menos equilibrada de cada pessoa, não é menos certo que o caminho que cada um escolhe é da sua inteira e exclusiva responsabilidade quase sempre, ressalvadas algumas excepções, porque as há.

Chegado que estou a muito mais de metade da minha caminhada, apraz-me sentir e honestamente afirmar-vos que, graças ao Deus em quem acredito e confio, se fosse possível a tal quimera de voltar atrás no tempo, pouco ou nada mudaria em tudo aquilo que até hoje foi a minha vida, o meu percurso, a minha história. 

Nem sempre foi fácil, mas nunca me deparei com obstáculos impossíveis de vencer. Muitas vezes foi necessário encher-me de coragem e de determinação, à mistura com algumas lágrimas amargas, mas consegui sempre superar as dificuldades e alcançar as metas que me propus conquistar.

Tenho por isso, há muitos anos, o hábito diário de antes de adormecer dar graças pela vida que tão generosamente me foi concedida, pelos pais maravilhosos que tive, pelos avós que tanto me acarinharam e a quem tanto amei também, pelas irmãs amigas, pela esposa companheira e mãe extremosa dos nossos filhos, doce e dedicada avó das nossas netinhas. 

Mas não só, porque fui ainda também agraciado por uma legião de excelentes tios e tias, primos e primas quer da família materna, quer  da paterna, o que, tudo em conjunto, me faz sentir o privilégio raro de ter merecido das mãos do meu Senhor as maiores bençãos que qualquer ser humano almeja alcançar. 

Sou, em resumo, profundamente grato por toda a minha existência. E quanto mais vivo mais aprendo e agradeço. Não tendo sido de modo nenhum um caminho isento de dificuldades, foi minimamente decente e feliz e por isso mesmo não necessito de muito mais do aquilo que já tenho. 

Contudo, depois de dar graças ao Senhor pelo que continuo a receber cada dia, não deixo de lhe pedir que do mesmo modo ajude como sempre me ajudou a mim também, todos aqueles que amo. Filhos, netas, noras, irmãs, sobrinhos e demais família, assim como algumas pessoas amigas de coração.

Os anos que entretanto passaram fazem com que se anunciem já por aqui muitos vestígios de desgaste físico e consequentes mazelas. Mas cá vou indo calmo e sereno para aceitar, enfrentar e tentar resolver dentro do possível, tudo o que vier segundo os planos do divino Criador

Desejo para toda a minha Família e Amizades um bom resto de ano 2024 e que entrem em 2025 com o pé direito, tenham muita saúde, sorte e felicidades. Para este complexo Mundo que habitamos tão cheio de coisas indesejáveis e preocupantes, peço aquilo que a todos nós parece já uma utopia. 

A Paz indispensável para que cessem todas as guerras e desse modo os homens consigam ser verdadeiramente irmãos. 

José Coelho
17. 11. 2024