Aos 07 de Março de 2015 nasce este blogue que tal como o seu antecessor TocadosCoelhos pretende apenas ser um ponto de encontro e de entretenimento pautando-se sempre pelas regras da isenção, da boa educação e do civismo em geral. Sejam bem-vindos.
sexta-feira, 29 de julho de 2022
Coisas que subscrevo
Jey Leonardo
quinta-feira, 28 de julho de 2022
quarta-feira, 27 de julho de 2022
segunda-feira, 25 de julho de 2022
sábado, 23 de julho de 2022
Obrigado a tod@s
Bom fim de semana
sexta-feira, 22 de julho de 2022
quinta-feira, 21 de julho de 2022
Obrigado
segunda-feira, 18 de julho de 2022
Apenas outra forma de estar
Nem sempre o que deixa de existir deixa de estar. Às vezes, deixar de
existir é apenas outra forma de estar. É como a chuva. Ao parar de chover, a
chuva deixa de existir como chuva, mas a sua água infiltrou-se nos campos e regou
as flores e juntou-se ao leito dos rios como memória da chuva que um dia será
novamente. Nem sempre o que deixa de existir deixa de estar. O corpo das coisas
que habitam o mundo pode morrer e pode desaparecer da nossa vista, mas nunca
morrerá aquilo que nos habita e o coração não precisa de ver para crer. Deixar
de existir não é deixar de estar presente. Há coisas e pessoas que foram e que
nunca deixarão de ser. Mesmo que os seus passos deixem de se ouvir e que o seu
olhar deixe de cair sobre o nosso como a chuva quando chega o tempo de parar de
cair, já o som desses passos e a luz desse olhar se infiltraram em nós e somos
nós esse leito de que o nosso amor é feito. Não faz mal que a chuva deixe de
ser chuva quando permanece naquilo que regou.
lado.a.lado
domingo, 17 de julho de 2022
sábado, 16 de julho de 2022
Recebei a sua alma e levai-a à presença do Senhor
sexta-feira, 15 de julho de 2022
15.07.1977
Faz hoje 45 anos que levámos à cena no palco da então Sociedade Recreativa da Beirã este divertido serão que era para ser espetáculo único mas depois teve de ser repetido mais quatro vezes, onde eu escrevi a peça mais os outros textos de teatro, enquanto a Senhora D. Amália Baldeiras ensinou e ensaiou primorosamente as danças e cantares. Uma palavra de saudade para a D. Amália e para o Ti Zé dos Arados - José Vitorino Gaspar que já não estão entre nós, e um abraço muitíssimo grande para a Rosita Mouro, João Xavier, Ana Nunes, Mário Guedelha, RaqueLinda Paixão, João Paixao, Maria de Fátima Viegas, Manuela Viegas Alexandre, Olimpia Santos, Luz Coelho Martins, José Maria Lourenço, João Manuel Gaspar e Fernando Farto, onde quer que se encontrem.
Postal do dia (que vale a pena ler)
O rapaz com a ovelha às costas
1.
A imagem tornou-se viral.
Multiplicada por milhões de vezes.
Alterada até – há sempre quem não se contente com o que a realidade mostra por maior que seja.
Uma fotografia de Paulo Cunha que tem corrido mundo e batido audiências.
Um rapaz de tronco nu com uma ovelha às costas e um fumo de holocausto por trás. É impressionante a confiança que pressentimos nos olhos do animal, a confiança naquele jovem que o carrega aos ombros, às cavalitas, para fora de perigo.
2.
Somaram-se os comentários.
Porque ele era o símbolo da bondade que existe no ser humano. Afinal, aquele rapaz fez-nos acreditar que não podemos desistir do otimismo.
Porque ele era uma metáfora crística. “O senhor é o meu pastor, nada me faltará”. Afinal, aquele rapaz tinha essa força bíblica, ele era o bom pastor que dá a vida pelas ovelhas.
Porque ele era o que simbolizava a coragem, a força do homem perante a adversidade. Afinal, por muito complicados que sejam os obstáculos, conseguimos sempre dar a volta.
Porque ele era o símbolo da generosidade para com os animais. Afinal, há razões para não temer pelo futuro e pela convivência entre seres vivos.
Porque ele era desejável e bonito. O seu corpo, as suas cuecas, o seu ar obstinado parecia saído de uma produção publicitária. Afinal, o calor não era apenas das chamas lá fora, mas também dele, do rapaz com a bezerra ao lombo.
3.
Cada um de nós vê o mundo refletido em função daquilo que é, daquilo que precisa. Do bom e do mau.
E aquele rapaz com a ovelha às costas é muito mais do que aquilo que dissemos que ele era.
Não é Cristo.
Não é o símbolo da bondade ou da generosidade.
Não é o símbolo da beleza ou uma bomba sexual.
Não é o símbolo do amor pelos animais.
Não é o símbolo do combate do ser humano contra a adversidade.
Ou o símbolo da coragem.
Acreditem, ele é mais do que isso.
Não um símbolo de coisa nenhuma, ele é um ser humano único.
Tem nome.
Chama-se João Paulo, tem 22 anos.
Mora na aldeia da Boa Vista, uma terra colada a Santa Eufémia, lugar com menos de 1000 almas, no distrito de Leiria. Uma terra com montes à volta que nasceu à força das estalagens que matavam a fome e a sede dos viajantes.
O João é um homem.
Existe.
Tinha uma casa que tentou proteger, viu os bombeiros a perderem a batalha e foi ajudá-los e salvar os cordeiros do avô, mais alguns velhotes que estavam presos nas suas casas.
Horas nisto.
E todos os animais salvos – não pela generosidade, mas porque cada uma daquelas ovelhas e cabras era o que o seu avô tinha para o seu sustento.
O João Paulo ficou completamente sozinho e não pensou nas consequências ou hesitou por um segundo. Tinha de salvar as pessoas e os animais, um a um.
A todos os velhotes chamava tio ou tia – conhecia cada uma das suas histórias porque nascera naquela aldeia de antigos estalajadeiros. Ali nascera há 22 anos e sabia a história de cada dificuldade, de cada trambolhão, de cada tragédia, de cada raminho de salsa levada de casa em casa.
E a cada ovelha, a cada carneiro, o João Paulo também conhecia. E quando os carregou sabia o seu peso de cor, o seu cheiro, o seu medo e necessidade de proteção.
Por favor, não digam que ele é símbolo do que precisamos que seja.
Ele é mais do que isso.
Ele tem nome e uma história.
É o que temos mais valioso. O que carregamos em cima do nosso nome.
E o João Paulo, nascido na aldeia da Boa Vista, paredes-meias com Santa Eufémia, carrega agora muito mais do que antes da sua aldeia ter sido devorada pelas chamas.
quinta-feira, 14 de julho de 2022
terça-feira, 12 de julho de 2022
A criança que fui chora na estrada
I
A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.
Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.
II
Dia a dia mudamos para quem
Amanhã não veremos. Hora a hora
Nosso diverso e sucessivo alguém
Desce uma vasta escadaria agora.
E uma multidão que desce, sem
Que um saiba de outros. Vejo-os meus e fora.
Ah, que horrorosa semelhança têm!
São um múltiplo mesmo que se ignora.
Olho-os. Nenhum sou eu, a todos sendo.
E a multidão engrossa, alheia a ver-me,
Sem que eu perceba de onde vai crescendo.
Sinto-os a todos dentro em mim mover-me,
E, inúmero, prolixo, vou descendo
Até passar por todos e perder-me.
III
Meu Deus! Meu Deus! Quem sou, que desconheço
O que sinto que sou? Quem quero ser
Mora, distante, onde meu ser esqueço,
Parte, remoto, para me não ter.
Fernando Pessoa
22-9-1933
Velhos (como eu) os verões quentes
segunda-feira, 11 de julho de 2022
Coisas (interessantes) que leio
Por vezes é preciso parar
Aqueles que fazem a pausa-análise percebem que toda a sua vida, até àquele dia, foi passada caminhando pelos passos dos outros e pelas vontades dos outros. Percebem que aquela vida não foi (na sua maioria) escolhida por eles mas por uma sociedade que os rodeia
Há um momento na vida em que temos de parar. Um momento em que temos de largar todos os companheiros de estrada, libertarmo-nos de todos pesos e amarras, sentar calmamente e analisar a nossa vida e a nós próprios.
Desde muito cedo que seguimos caminhos já trilhados por outros, caminhos pré-definidos. Os caminhos da nossa vida encontram-se traçados, praticamente, desde o nascimento. Quatro meses após abrir os olhos para o mundo e a maior parte de nós já entrou na rotina. Começamos pelo berçário, infantário, pré-escola, primeiro, segundo e terceiro ciclos, ensino secundário e, se a tanto nos chegar a vontade, a universidade. Rotinas pré-definidas desde o início. Pelo meio surgirão alguns namorados e, quando a idade for aquela que é considerada adequada, surgirá um namorado que permanecerá na nossa vida mais tempo do que o habitual e seguiremos o caminho natural que é o casamento. A seu tempo surgirão a casa, os filhos, o carro, quem sabe até o cão. A completar este quadro está um emprego que, grande parte das vezes, é rotineiro. Um emprego e uma vida que nos fazem contar os dias que medeiam entre a segunda e a sexta-feira, os dias para o próximo feriado, os dias para as próximas férias, ou os dias para ser realmente feliz.
E, um dia, acordamos e pensamos que a vida não tem sido mais que uma vagarosa sucessão de dias: dias que decorrem lentamente à espera de um “ser feliz” que não acontece. Percebemos que a vida se está a tornar rapidamente insípida e sem cor. Percebemos que não sabemos bem quem somos — nem quem fomos. Não sabemos para onde vamos. E é nesse momento em que acordamos para a realidade que percebemos que parar é essencial. Parar para pensar, parar para analisar, parar para fazer o balanço do que tem sido a nossa vida, parar para nos encontrarmos ou, quem sabe, reencontrarmo-nos.
Algumas pessoas percebem essa necessidade à medida que vão atingido a maturidade. Outros há, porém, que nunca irão dar esse espaço para parar e, como tal, nunca irão dar espaço para encontrar o seu verdadeiro eu.
Aqueles que fazem a pausa-análise percebem que toda a sua vida, até àquele dia, foi passada caminhando pelos passos dos outros e pelas vontades dos outros. Percebem que aquela vida não foi (na sua maioria) escolhida por eles mas por uma sociedade que os rodeia. E é nessa tomada de consciência que muitas vezes as pessoas param e atiram uma vida de segurança pela janela, mudando radicalmente a sua existência. Mudam de emprego, divorciam-se, mudam de cidade ou até de país. Criam grandes alterações na sua vida, a nível pessoal, profissional ou a todos os níveis. Por isso a sociedade das regras, a sociedade dos caminhos trilhados e seguros considera, muitas vezes, que aquela pessoa enlouqueceu. Só a loucura poderia explicar esse acto de audácia e coragem! E poucos percebem que aquela pessoa não enlouqueceu. Poucos percebem que ela apenas decidiu parar (porque sentiu essa imperativa necessidade), para pensar e analisar a sua vida. E foi precisamente nesse momento que percebeu que não estava a viver a sua vida mas a vida que outros tinham pensado para ela. E revoltou-se contra esta situação. Decidiu oferecer-se tempo para pensar e tomar as atitudes necessárias a fim de se soltar dos pesos e amarras que lhe pesavam e começar a trabalhar, todos os dias, para ser feliz.
Tomada esta atitude, percebe-se que se adquiriu tempo e vontade para observar os caminhos que se quer seguir, as encruzilhadas que se poderá encontrar. Sabe-se que a vida foi tomada nas próprias mãos. A pessoa percebe que já não vive de acordo com as regras de uma sociedade bacoca, mas de acordo com as suas próprias regras. Trilha caminhos desconhecidos. Só o poder de tomar esta decisão já lhe traz calma e felicidade. É serena. Não sabe se é feliz a 100% mas sabe que trabalha todos os dias para isso. Não se deixa cair na rotina e no marasmo.
A essa pessoa, e a todas aquelas que perceberam que é preciso parar, que tiveram a coragem de reflectir nesse momento de pausa e de mudar aquilo que não lhes fazia bem, apresento a minha maior admiração. Merecem a felicidade que possuem nas mãos.
Estefânia Barroso - 11/10/2017 - Jornal Público
domingo, 10 de julho de 2022
Mais do mesmo
sexta-feira, 8 de julho de 2022
A Festa da Beirã (ou a festa do pau caiado)
Com data fixa a 16 de julho de cada ano, a sua preparação começava a bulir logo em fins de maio, princípios de junho. A Comissão de Festas composta por um punhado de pessoas de todas as forças vivas da terra, CP, Alfândega, Despachantes Oficiais e seus respectivos colaboradores, comerciantes e trabalhadores rurais, quase todos transitados dos anos anteriores e acrescida esporadicamente por um ou outro novo elemento, convocava as reuniões preparatórias na Sociedade Recreativa para se debater o programa da festa e distribuir as diversas atividades por grupos de pessoas como o peditório para festa e para quermesse por todos os povoados vizinhos, quem iria tratar da ornamentação das ruas, da montagem do palco, quermesse e bar no recinto da festa, etc, etc..
Iniciava-se desde logo a feitura de centenas de rifas e de bandeirinhas de papel colorido coladas depois em novelos de cordel com uma massa de farinha e água e que depois de secas eram enroladas em novelos nuns grandes pedaços de cartão. Dezenas de postes de madeira de pinho guardados todo o ano no “casão dos Vivas” eram transportados pouco a pouco para as ruas da aldeia para serem caiados pelas senhoras um a um, a pincel com cal branca, matéria barata e abundante nas caleiras da Escusa. Daí nasceu o “apelido” de “festa do pau caiado” que dava jus a muitas piadas carregadas de brejeirice entre a rapaziada moça do burgo e arredores.
À medida que iam ficando prontos, os paus imaculadamente brancos eram cravados de x em x metros nos dois lados das ruas principais previamente ornamentados já com duas bandeirolas de pano azuis e brancas. Depois, de um para o outro lado da rua, eram pregadas em zigue-zague as tais centenas de metros de cordel com as bandeirinhas coloridas de papel, intercaladas por miríades de lâmpadas elétricas coloridas também e que davam à aldeia um ar solene de traje de gala.
Eram ainda colocadas algumas faixas de pano branco com frases litúrgicas - Bendita És Tu entre as mulheres, ou outras - pelas ruas por onde iria passar a Senhora do Carmo no seu imponente andor todo coberto de flores naturais e iluminado por quatro portentosos candelabros elétricos ligados a uma bateria, carregado em ombros por oito homens de cada vez que se iam revezando por outros tantos durante o percurso. Era uma das maiores festas do concelho, equiparada ao S. Marcos de Santo António das Areias em 25 de Abril e à Senhora da Estrela, Padroeira do Concelho de Marvão, em 8 de Setembro.
As décadas de 50, 60 e 70 foram décadas de ouro para a Beirã em termos de população, emprego e atividade comercial. Era uma comunidade muito viva e quase auto-suficiente com um mercado semanal à segunda-feira onde se vendia de tudo. Produtos frescos das hortas e pomares, aves vivas e ovos, enchidos e queijos caseiros de altíssima qualidade. De todos os lugares da freguesia vinham hortelãos vender os produtos das suas hortas e frutas, assim como alguns feirantes vinham também vender roupas e calçado nas suas carrinhas.
Além deste mercado semanal existia também o diverso comércio local com cinco ou seis tabernas-mercearias, dois talhos, uma padaria, dois alfaiates, dois barbeiros, um carpinteiro, mestres-de-obras, um restaurante, duas pensões, a Loja Grande que era uma espécie dos actuais super-mercados onde se vendia de tudo, duas escolas – uma para os rapazes outra para as raparigas – um cartório do Registo Civil, uma Sociedade Recreativa onde quase todas as semanas havia bailes e cinema na grande sala de espetáculos e na qual também se podia assistir tranquilamente às emissões diárias da RTP.
Havia ainda um Clube Recreativo privado só acessível a sócios com quotas pagas em dia e que eram selecionados e aprovados pela direção do mesmo após requererem a sua inscrição. Era o “Clube dos ricos” como comummente se comentava entre a malta “menos rica”. Nesse tempo a Beirã era talvez uma das aldeias mais emblemáticas e desenvolvidas do Concelho de Marvão. O intenso tráfego ferroviário de mercadorias e passageiros entre Portugal e Espanha e vice-versa, promoviam todo esse desenvolvimento.
A sua população, em virtude dos inúmeros Serviços que aqui tinham sede – ferroviários, pessoal aduaneiro, guarda-fiscal, Pide/DGS, despachantes oficiais e seus colaboradores – era oriunda um pouco de todos os cantos de Portugal. Havia gente das Beiras, do Minho e Trás-os-Montes, do Douro, do Baixo e Alto Alentejo e do Algarve. Aqui colocados em serviço, aqui se estabeleciam e aqui nasceram muitos dos seus filhos que depois aqui cresceram, frequentaram a escola e catequese em saudável convivência e vizinhança com os Beiranenses de todas as classes sociais dos quais passavam, sem qualquer dificuldade, a fazer parte.
O Dia Maior da Beirã foi e tem sido até hoje o Dia da sua Padroeira. Em 2019 como em 2009, 1999, 1989, 1979, 1969 e 1959 – ou seja desde que me conheço – a Beirã chama a si neste dia muitos dos seus filhos onde quer que se encontram. E é inexplicável, especialmente agora que somos por cá já tão poucos a morar e a ir à missa, como no Dia da Padroeira a igreja se enche por completo. Filhos da Senhora que vivem longe e só cá vêm no Seu dia. Ao cair da noite então, a procissão junta ainda mais e mais gente. É um enigma que nunca consegui entender. Amor de filhos? Fé? Saudades? Não sei...
José Coelho - Julho19 - (ligeiramente modificado)
Notas
1. Por motivo da acentuada e visível deterioração do seu pedestal, e, consequentemente, das condições de segurança da imagem extremamente pesada, a Virgem do Carmo teve de ser enviada para restauro em atelier certificado na cidade de Fátima. Após o dispendioso restauro, o pároco Pe Luís Ribeiro decidiu mandar fazer uma réplica mais pequena e mais capaz de ser facilmente transportada num andor também mais leve. Desde então - meados da década de 90 - a imagem original da Senhora continua a ser festivamente ornamentada e venerada pelos seus inúmeros devotos todos os anos, mas sem ter voltado a sair do seu pedestal no altar-mor da igreja a que preside e dá o nome desde 1943.
2. Na foto que ilustra este escrito pode observar-se ainda a beleza do velho andor original que havia sido também restaurado recentemente e modificado com a finalidade de o tornar menos pesado. Foram-lhe retirados os quatro candelabros elétricos de metal, assim como passou a ter apenas duas varas em vez das quatro iniciais para ser transportado por apenas quatro homens em vez dos oito, porque os voluntários que o costumavam transportar foram diminuindo proporcionalmente com a população, após o encerramento da Estação ferroviária e do Ramal de Cáceres.