domingo, 16 de maio de 2021

Reflexões que instruem e ajudam

Foto Pedro Coelho

A origem de muitas das nossas decepções é pensar que os outros farão por nós aquilo que nós fazemos por eles. Esperamos sempre a mesma sinceridade, o mesmo respeito e a mesma reciprocidade. No entanto, isso nem sempre acontece. Os valores que nos definem não são os mesmos que definem os outros.

 

Uma maneira simples de podermos ser mais felizes poderá residir no facto de minimizarmos as nossas expectativas. Quanto menos nós esperarmos, mais poderemos receber ou encontrar. É certamente um argumento um tanto controverso, no entanto não deixa de ter a sua lógica.

 

“Não esperes nada de ninguém, espera tudo de ti mesmo, e desse modo o teu coração irá colher menos decepções.”

 

Todos nós sabemos que no que diz respeito às nossas relações é impossível não ter expectativas. Esperamos sempre que os outros tenham comportamentos iguais aos nossos e desejamos ser amados, defendidos e valorizados como amamos, defendemos e valorizamos. Mas isso não impede que muitas vezes estas previsões falhem. Quem espera muito dos outros geralmente acaba desiludido.

 

Não é errado procurar o lado bom das pessoas. Temos o direito de tentar encontrá-lo e até mesmo de promovê-lo, mas com alguma cautela, porque a decepção é irmã das expectativas elevadas. Por isso é mais apropriado não nos deslumbrarmos antes de tempo.

 

As aparências não costumam enganar, o que muitas vezes costuma falhar são as nossas expectativas acerca dos outros.

 

Podemos esperar muito dos demais mas o certo é esperar sempre mais de nós mesmos.

 

Para ajudar a deixarmos de esperar muito das pessoas ao nosso redor, lembremo-nos do seguinte: Ninguém é perfeito. Nem sequer nós somos. Se fôssemos agradar às expectativas que os outros têm sobre nós, viveríamos stressados e infelizes. Por vezes é impossível, ninguém é um exemplo de perfeição ou de virtude absoluta. Basta respeitarmo-nos uns aos outros e exercer a reciprocidade da forma mais humilde possível.

 

Nem sempre temos que receber algo em troca. Às vezes o melhor é aceitar que os outros são como são e que nem sempre vão fazer por nós aquilo que nós estamos dispostos a fazer por eles. E, claro, existem sempre aquelas pessoas que simplesmente não valem a pena. Que não nos respeitam nem nos merecem na sua vida.

 

Nesses casos é necessário desapegarmo-nos, por mais difícil que possa ser. Para concluir, quanto menos esperarmos, mais surpresas poderemos ter. Dessa forma seremos um pouco mais livres e a nossa felicidade será menos dependente do comportamento dos outros.

 

Somos todos falíveis, somos todos seres imperfeitos que tentam viver num mundo onde, por vezes, as decepções são inevitáveis, mas no qual também habitam o amor sincero e as amizades duradouras.

 

V. Sabater