Foto arquivo pessoal José Coelho
Pai não ajuda. Pai não auxilia a mãe. Pai não é herói por cuidar do filho, por mudar fraldas, por dar a sopa. Pai não é excepcional porque se dedica ao filho, porque coloca o filho no topo das prioridades, à frente, bem à frente, de tudo o resto. Pai não merece aplausos porque está com o filho, não merece que lhe façam vénias porque se entrega ao filho, porque conhece o filho, porque brinca com o filho, conversa com o filho, limpa e arruma a casa depois de o filho brincar, e antes também, porque o vai levar ou buscar à escola, porque lhe dá o biberão. Pai não é um fora-de-série sempre que é pai. Pai é pai. E pai tem de ser isso tudo. Pai é isso tudo. E não faz nada de extraordinário, só faz o extraordinário maior que é ser pai. Tem de agradecer o privilégio que tem, a magia que tem, a vida que de repente está unida à sua. Pai é pai. Pode cansar às vezes, desgastar às vezes, parecer uma montanha difícil de escalar às vezes. Mas pai é pai. E não conheço nada melhor do que ser pai. Obrigado.
Pedro Chagas Freitas
A RARIDADE DAS COISAS BANAIS