Reunião mensal da CPCJ Marvão da qual faço parte, eleito pela Assembleia Municipal da CMMarvão. Normalmente vou sozinho e a marida fica nos seus afazeres em casa. Hoje fizemos diferente. Podia ter faltado ou seguir a reunião via zoom a partir de casa. Podia, mas não seria a mesma coisa e detesto faltar aos compromissos ou deveres que assumo, mas também porque todas as outras pessoas que da mesma fazem parte, merecem o meu respeito e consideração.
A marida saiu de uma cirurgia fez hoje precisamente duas semanas. Também é meu dever e obrigação cuidar dela agora que está mais frágil, como ela tem cuidado sempre de mim há quase 50 anos. O repouso e sossego, bem como as outras recomendações clínicas que nos foram transmitidas não impedem que saia de casa, desde que não faça esforços nem se exponha demasiado em lugares frequentados por muita gente.
As suas defesas estão em baixo e a Covid mais os seus sucedâneos andam aí em força a circular de novo. Há que ter o máximo cuidado. Porém, Marvão é um oásis de tranquilidade e ar puríssimo, retemperador, antioxidante, benfazejo a todos os níveis e mais um. E para não ficar sozinha em casa longe da minha vista proteção e ajuda, fomos os dois. Tal como gostamos, tal como a corda e o caldeirão de tirar água do poço andam também sempre juntos.
E porque Marvão não foi concebido pelo seu fundador Ibn Marwan para nele circularem automóveis, o meu fica sempre estacionado logo à curva do Convento da Senhora da Estrela para fazermos o percurso a pé e desfrutarmos da beleza única das brancas e sempre primorosamente asseadas ruas ou travessas desta preciosa Vila que a muralha do castelo envolve como se fossem os braços de uma mãe. Caminhando sem pressas entrámos pelas Portas de Ródão e subimos até à Câmara Velha em direção ao jardim contíguo à igreja de S. Tiago, em cujos subúrbios costumam acontecer estas reuniões mensais.
Rodeada de beleza e de tudo o que de melhor a Mãe Natureza tem para nos oferecer em Marvão, fizemos algumas fotos para mais tarde recordarmos e fui ao meu compromisso deixando a companheira sentada num dos bancos do jardim a desfrutar do ar puro e da tranquilidade do lugar, quase ao alcance do meu olhar a menos de 20 metros, com um passeio bonito, sossegado e feito a dois, que só pode ter-lhe feito bem.
Quem ama, cuida...
José Coelho
(texto e fotos)
26. 09. 2023