segunda-feira, 30 de julho de 2018

Meu vício de ler...

Imagem copiada do Google

A paz interior é o bem mais precioso que você pode cultivar. E por mais que o mundo seja cheio de estímulos, às vezes, é preciso desacelerar. 

Se for o caso, aprenda a viver sozinho, em paz. É possível continuar a vida depois de ter sido ignorado ou esquecido. É mesmo. Tudo passa no fim de contas. 

Por mais vulgar que possa parecer, a vida traz sempre depois algo melhor. Ninguém é insubstituível e nada é maior do que a sua paz, do que a sua satisfação consigo mesmo. 

Se alguém lhe está a tirar o seu sono, a sua fome, a sua energia, aproveite e tire você também essa pessoa da sua vida. O seu bem estar e o seu coração agradecem. 

Porque ninguém vale mais do que a sua paz.


                                                                                     Autor desconhecido

Há sempre uma primeira vez...

As pipocas a tratarem dos respectivos negócios no seu escritório


De repente, por sua exclusiva iniciativa, decidiram ficar a dormir em casa dos avós Coelhos. 

A Mariana já cá tinha ficado duas noites (levei 257 pontapés em cada uma delas) mas a Francisca só cá ficava com os papás.

Porém, ontem, depois de jantar, sabendo que a Mariana iria cá dormir, decidiu ficar também.

E ficou.

Há sempre uma primeira vez...

Correu muito para lá de bem.

Adormeceram por volta das dez da noite e dormiram o sono dos justos até quase às nove da manhã de hoje. 

Onze horas seguidas.

Vai lá, vai!

A Toca dos Coelhos é, sempre foi, um excelente porto de abrigo e sossego.

Adormece-se com o u-ru-ru do piar do mocho nos canchos da tapada ao lado, acorda-se com o trru-trru, trru-trru, das rolas pousadas nas chaminés da casa.

São o nosso despertador natural assim que nasce o dia.

Às vezes penso:

- Será que dormem lá?

Aqui mora, de facto, a paz verdadeira.

Ou, talvez ainda melhor, a harmonia.

E as pequenas ficaram contagiadas.

Serão sempre muito bem-vindas pipoquinhas.

O avô e a avó adoram-vos...

sábado, 28 de julho de 2018

A mais doce das memórias...

Florinda da Conceição Lourenço  
7.10.1926 - 28.7.2014


A Avó Florinda Lourenço

Nasceu no dia 7 de outubro de 1926 num lugar a que chamam" O Muro" algures nas margens do ribeiro da Sapateira já não muito longe da sua foz a nordeste da então freguesia de Santo António das Areias. Contudo e por força da criação da freguesia da Beirã em 24 de junho de 1944, o território geográfico de abrangência da mesma foi desanexado ao de Santo António das Areias pelo que o Muro pertence desde essa data à Beirã.

O pai – o meu avô e grande amigo – de seu nome José Lourenço mas mais conhecido como o Zé Cabreiro por ser guardador de rebanhos na Herdade do Matinho que ficava muito próxima do lugar onde vivia numa pequena casita que ainda hoje lá existe e na qual nasceram os seus oito filhos.

A mãe – minha avó, confidente e amiga – aquela santa velhinha que ela acolheu em nossa casa e de quem cuidou amorosamente durante os oito anos em que a nossa querida anciã esteve acamada e dela totalmente dependente até ao dia em que faleceu, chamava-se Amélia da Conceição, a qual, entre os nascimentos dos oito filhos que teve, era jornaleira na monda, na sacha ou na rega das searas e das várzeas pertencentes à herdade.

Teve 8 irmãos a Avó Florinda. Ela era a mais velha, seguida pelo Francisco, depois o Joaquim, o Raimundo, a Jacinta, a Maria Francisca, a Júlia e um outro, o mais novo, do qual não sei o nome, porque não sobreviveu. Por ser a primogénita coube à avó Florinda logo a partir dos seus tenros 7 ou 8 anitos ter de cuidar dos irmãos mais novos em casa enquanto o pai e a mãe trabalhavam de manhã à noite, para o seu sustento.

Para fazer pão tinha a avó Florinda que, uma vez por um mês, levar à cabeça um taleigo com centeio em grão e caminhar os quilómetros que separavam o Muro do moinho do Ti Domingos no rio Sever - cerca de cinco km - para moer o grão mediante o pagamento de uma maquia e regressar de novo ao Muro já com a farinha centeia de novo à cabeça para poder depois amassar, tender e cozer no forno de lenha o pão de cada semana para a família toda.

O seu cuidar dos irmãos mais novos não se resumia só a olhar por eles e a dar-lhes de comer. Se um deles adoecia, lá tinha que ir a magricela Florinda a pé com o doentinho escarrapachado na anca a caminho de Santo António das Areias que distava uns bons 9 ou 10 quilómetros do Muro, a fim de o ir “amostrar” ao médico. Já agora aproveito para explicar que quando se estava doente por aqui antigamente não se dizia “vou ao médico a uma consulta” mas apenas “vou-me amostrar” e toda a gente depreendia que aquele “amostrar” era uma consulta no médico por se estar doente.


Por tudo quanto dela sei, acho sinceramente que a vossa avó foi quase toda a sua vida e desde muito menina, uma quase-tudo-em-um. Irmã/mãe de todos os seus irmãos, assim como, mais tarde, foi também avó/mãe de quase todos os netos, a começar logo pelo seu adorado Manel Coelho. Acolheu também sempre em sua casa os irmãos quando estes decidiram “juntar-se” com as namoradas e foi quase como que uma segunda mãe também para as suas cunhadas que muito a estimaram sempre.

Tão bondosa criatura, só não teve mesmo sequer tempo de ser menina, coitada. Mal chegou aos 11 anos já com os irmãos mais crescidinhos e autossuficientes, prontamente foi promovida a criada de servir no Monte dos senhores do Matinho como ajudante da cozinha, da queijeira ou da horta, tendo que contribuir com o seu ganho para as despesas da casa paterna, continuando sempre da mesma maneira a exercer a função de braço direito da sua mãe.

Aos 19 anos conheceu o avô António, 16 anos mais velho que ela, coisa que não a impediu de gostar tanto dele que, um ano depois, fugiram os dois para o Vale do Cano onde ele tinha uma várzea de pimentões. Nesse dia se constituiu mais uma família, da qual nós somos a continuação. E ocorre-me, para encerrar este capítulo, uma ternurenta resposta que ela me deu, numa conversa que tivemos os dois à porta da igreja, quando saíamos da missa. Ela ia muito cuidada como sempre. Mas nesse domingo, além do fato domingueiro, levava um colar de pequenas perolas negras em volta do pescoço.
Achei-a tão bonita que lhe sussurrei ao ouvido: - Florindinha! Té lé hein? Se o António Coelho aqui estivesse hoje e te visse…

Resposta pronta de quem estava viúva havia já 15 anos:

-  Se o Antónho Coelho cá estivesse hoje, filho, era com ele que eu me casava outra vez…

Deste diálogo há uma testemunha que vai com certeza ler o que escrevi e é capaz de se lembrar da cena. Foi a nossa muito estimada vizinha Alzira Sobreiro que se encontrava perto de nós. E, ao ouvir a pronta resposta da avó, exclamou com genuína admiração:

- É assim mesmo vizinha Florinda. Você é cá das minhas. Ora dê cá um grande beijinho…

E beijaram-se efetivamente as duas, na mais perfeita harmonia e amizade.


José Coelho in Histórias do Cota

Nota breve:
Quando este texto foi escrito ainda a tinha comigo.
Faz hoje 4 anos que nos deixou.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Férias com os avós...

Foto batida pela avó Manuela ao cair da tarde de 23 Julho'18

Meu vício de ler...

Auto-retrato 

Estou cansado


Tenho 73 anos e estou cansado. Excepto um breve período na década de 60, quando fiz o meu serviço militar, tenho trabalhado duro desde que eu tinha 12 anos. Trabalhava 50 horas por semana, e não caí doente em quase 50 anos. Tinha um salário razoável, mas não herdei o meu trabalho ou o meu rendimento. Eu trabalhei para chegar onde estou, e cheguei economizando muito, mas estou cansado, muito cansado.

Estou cansado de que me digam que eu tenho que "distribuir a riqueza" para as pessoas que não querem trabalhar e não têm a ética de trabalho. Estou cansado de ver que o governo fica com o dinheiro que eu ganho, pela força, se necessário, e o dá a vagabundos com preguiça para ganhá-lo.

Estou cansado de ler e ouvir que o Islamismo é uma "religião da paz", quando todos os dias eu leio dezenas de histórias de homens muçulmanos a matar suas irmãs, esposas e filhas pela "honra" da sua família; de tumultos de muçulmanos sobre alguma ligeira infracção; de muçulmanos a assassinar cristãos e judeus porque não são "crentes"; de muçulmanos queimando escolas para meninas; de muçulmanos apedrejando adolescentes, vítimas de estupro, até a morte, por "adultério"; de muçulmanos a mutilar o genital das meninas, tudo em nome de Alá, porque o Alcorão e a lei Sharia diz para eles o fazerem.

Estou cansado de que me digam que por "tolerância para com outras culturas" devemos deixar que Arábia Saudita e outros países árabes usem o dinheiro do petróleo para financiar mesquitas e escolas madrassas islâmicas, para pregar o ódio na Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá e, enquanto que ninguém desses países está autorizado a fundar uma sinagoga, igreja cristã ou escola religiosa na Arábia Saudita ou qualquer outro país árabe, para ensinar amor, tolerância e paz.

Nota: em Portugal, não é preciso este financiamento - a Câmara Municipal de Lisboa, com os nossos impostos, vai construir uma mesquita, estando, para isso, a fazer expropriação de casas a demolir para ter o espaço necessário... imaginem o granel que seria se fosse para construir uma igreja católica... vinham logo os "politicamente correctos" gritar que estamos num Estado laico... assim, trata-se "simplesmente" de tolerância religiosa"...

Estou cansado de que me digam para eu baixar o meu padrão de vida para lutar contra o aquecimento global, o qual não me é permitido debater.

Estou cansado que me digam que os toxicodependentes têm uma doença, e eu tenho que ajudar no seu tratamento e pagar pelos danos que fazem. Eles procuraram sua desgraça. Nenhum germe gigante os agarrou e encheu de pó branco seus narizes, ou à força injectou porcaria em suas veias.

Estou cansado de ouvir ricos atletas, artistas e políticos de todos os partidos, a que chamo papagaios, falarem sobre erros inocentes, erros estúpidos ou erros da juventude, quando todos sabemos que eles pensam que seus únicos erros foi serem apanhados. Estou cansado de pessoas sem senso do direito, sejam elas ricas ou pobres e de justiça que não funciona.

Estou realmente cansado de pessoas que não assumem a responsabilidade por suas vidas e acções. Estou cansado de ouvi-las culpar o governo e a sociedade de discriminação pelos "seus problemas."

Também estou cansado e farto de ver homens e mulheres serem repositório de pregos, pinos e tatuagens de mau gosto, tornando-se assim pessoas não-empregáveis e, por isso, reivindicando dinheiro do governo (dos impostos pagos por quem trabalha e produz).

Sim, estou muito cansado. Mas também estou feliz por ter 73 anos, porque não vou ter de ver o Mundo que essas pessoas estão CRIANDO.

Mas estou triste e penso que futuro para netos e filhos ainda bastante novos. Graças a Deus estou no caminho de saída e não no caminho de entrada.

Não há maneira de isto ser amplamente divulgado... A menos que cada um de nós colabore, enviando e ganhando força para contrariar esse (mau) caminho que o Mundo, por força de (péssimos) governantes, nos está proporcionando.

É esta a nossa chance de fazermos a diferença.


Victor Hugo Bernardino

domingo, 22 de julho de 2018

Excertos...

Foto by Pedro Coelho - 16 Julho'18

(…)

… encontrava-me numa das salas de espera do hospital de Portalegre a acompanhar a minha mulher que tinha partido um joelho há algumas semanas e nesse dia iam retirar-lhe o gesso. Sentia-me triste, acabrunhado, receoso, desanimado, infeliz, um pouco desiludido até, em virtude do acidente doméstico que a aleijara gravemente. Bem se diz que quanto melhores são as pessoas, menos sorte têm. Uma rótula esmigalhada era provavelmente uma sentença de invalidez permanente numa ainda jovem senhora, companheira, fada de um lar com três homens a desarrumá-lo, uma vida inteira pela frente.

Cogitava de mim para mim intranquilo, questionando mais uma vez os desígnios do Altíssimo que nem sempre parecem ser tão justos ou entendíveis como os apregoam, quando, subitamente, alguém escancarou a enorme porta de vidro que dava para a rua afim de entrar uma maca que transportava um doente. No mesmo instante a corrente de ar produzida pela abertura da porta fez voar em várias direções uns papeis pousados numa prateleira aos quais aparentemente ninguém ligava importância. Um deles veio cair quase junto dos meus pés. Apanhei-o mecanicamente mais por reflexo do que por curiosidade mas logo me chamou a atenção um desenho a preto e branco do rosto de Jesus Cristo por me parecer que “aquilo” estava completamente fora de contexto naquele sítio.

Olhei por isso mesmo com mais atenção para a folha e comecei  a ler o “recado” escrito por baixo do desenho.

Dizia assim:

“Quando te levantaste hoje pela manhã, Eu já tinha preparado o sol para aquecer o teu dia e o alimento para a tua refeição. Sim, Eu preparei tudo isso; vigiei o teu sono, a tua família, a tua casa. Esperei pelo teu “bom dia” mas esqueceste-te! Bem… Parecia teres tanta pressa! Eu perdoei!...

O sol apareceu, as flores deram o seu perfume, a brisa da manhã acompanhou-te e tu nem pensaste que fui Eu que preparei tudo isso para ti. Os teus familiares sorriram-te, os teus colegas cumprimentaram-te, trabalhaste, estudaste, viajaste, realizaste negócios, alcançaste vitórias, mas não percebeste que Eu estava a cooperar contigo e mais teria feito de Me tivesses pedido. E corres tanto… Eu perdoei!...

Leste bastante, ouviste e viste muita coisa, mas não tiveste tempo para ler e ouvir a Minha Palavra: Quis falar contigo mas não paraste para me atender. Quis aconselhar-te mas nem pensaste nessa possibilidade… Se Me ouvisses, tudo seria melhor na tua vida. Mais uma vez te esqueceste de Mim… Esqueceste-te que Eu desejo a tua participação no Meu reino, com a tua vida, o teu tempo, os teus talentos! Findou o teu dia e voltaste para casa!

Mandei a lua e as estrelas tornarem a noite mais bonita para te lembrar o amor que tenho por ti! Certamente agora vais dizer-Me “obrigado” e “boa noite”! Pschiu… Estás a ouvir? Que pena… Já adormeceste! Boa noite! Dorme bem! Eu fico a velar por ti. Mas quando por fim quiseres saber quem Sou, pergunta ao riacho que murmura, ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda… Chamo-Me Amor e sou o Remédio para todos os males que te atormentam o espírito... Eu sou Jesus“

Acabei de ler o sugestivo "recado" já completamente invadido por um sentimento etéreo, estranho, impossível de descrever! Senti algo muito forte, uma serenidade subtil…

(…)
                                                                                          Do livro Histórias do Cota

sábado, 21 de julho de 2018

Ainda sobre a festa da Padroeira...

 Depois da missa almoço de confraternização com 70 aderentes
 Depois da procissão, Cante Alentejano e convívio 
Para mais tarde recordar
Fotos cedidas pelo meu filho Manel Coelho

terça-feira, 17 de julho de 2018

Eu Beiranense me confesso...

Meia hora antes da Eucaristia 2018
A Padroeira no seu altar
O incensar do altar no inicio da celebração
Canto do Salmo Responsorial Magnificat 
Consagração Eucarística
E um abracinho das netas que nunca me largam
(Todas as fotos são da autoria da nora Ana e filho Pedro)

sábado, 14 de julho de 2018

Minha (outra) Mãe...

Fotos by Xulio Dapena, agosto'17


Minha mãe, minha mãe! Ai que saudade imensa
do tempo em que ajoelhava, orando ao pé de ti.
Caía mansa a noite; e andorinhas aos pares
Cruzavam-se, voando em torno dos seus lares,
suspensos do beiral da casa onde eu nasci.

Era a hora em que já sobre o feno das eiras
dormia quieto e manso o impávido lebreu.
Vinham-nos da montanha as canções das ceifeiras,
e a lua branca, além, por entre as oliveiras,
como a alma dum justo, ia em triunfo ao Céu.

E, mãos postas, ao pé do altar do teu regaço
vendo a lua subir, muda, alumiando o espaço
eu balbuciava minha infantil oração,
pedindo ao Deus que está no azul do firmamento
que mandasse um alívio a cada sofrimento,
que mandasse uma estrela a cada escuridão.


Guerra Junqueiro

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Meu vício de ler...

O Pedro e o Manel, a Francisca e a Mariana

Lado a lado

- Pai.
- Sim.
- Quando for grande quero ganhar muito dinheiro.
- É bom ganhar muito dinheiro, mas se ganhares só dinheiro nunca serás uma pessoa rica. Para seres uma pessoa rica, tens de ganhar outras coisas.
- Que coisas?
- Tens de ganhar coragem para enfrentar os obstáculos, tens de ganhar o teu respeito para seres respeitado pelos outros, tens de ganhar balanço para saltar por cima de quem te quer derrubar, tens de ganhar o reconhecimento pelo teu valor e trabalho. Tens de dar muito de ti para conheceres a verdadeira riqueza.
- Mas o que eu dou não volta para mim.
- Claro que não. Vais receber sempre mais do que aquilo que deste. Se estudares, vais receber boas notas. Se ajudares alguém que precise, vais receber amizade e gratidão. Se acreditares nas tuas capacidades, vais receber amor-próprio. Se abdicares do teu tempo e do teu conforto para chegares a alguém, vais receber alegria e crescimento.
- Então o que recebo em troca não é como receber troco.
- Claro que não. Troco é sempre receber menos dinheiro. Receber em troca é sempre mais valioso.
Desconheço o autor

terça-feira, 10 de julho de 2018

Quando lonjura não significa distância...


"Sou de tão longe que já nem sei por quantas hospedarias de vento espalhei o meu cansaço."
Fernando Antunes

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Aproxima-se a Senhora do Carmo, 2018...

Esta é, provavelmente, a foto mais bem conseguida da Padroeira da Beirã
(E não o digo só por ter sido feita pelo meu filho Pedro)

Mais um ano. Já vão sendo tantos! E mudou tanta coisa. Nasci poucos anos depois de a Senhora do Carmo ter sido eleita Padroeira da minha Beirã. Nesse tempo chamavam à Sua festa, a "festa do pau caiado" porque todas as ruas da aldeia eram engalanadas com paus caiados de cal branca que ostentavam bandeiras de pano azul e branco. E entre eles, de um para o outro lado da rua, um tecto de bandeirinhas de papel entrelaçadas com dezenas e dezenas  de lâmpadas.

Nas ruas por ia passar a Senhora no seu andor, eram também colocadas faixas de pano branco a enaltecê-la com enormes letras negras pintadas, tais como "TU ÉS A HONRA DO NOSSO POVO" e outras. Foi uma das maiores e mais concorridas festas do concelho de Marvão nas décadas de 50/60/70. Começou a perder a sua importância a partir da década de 80 e todos os Beiranenses sabem porquê. Nem vale a pena comentar porque de nada vale chorar sobre o leite derramado.

No sábado passado, dia 7 de Julho, teve início a novena ainda nunca interrompida desde que me conheço. Para facilitar a vida das pessoas foi orientada para o final da Eucaristia vespertina que como já por aqui vos disse deixou de ser aos domingos e passou para os sábados às seis da tarde, sinal mais que evidente dos tempos que correm por estas bandas. Quereis saber quantas pessoas decidiram ficar para honrar a Padroeira?

Primeiro, só eu e a minha irmã Joaquina. Depois, timidamente, mais três ou quatro senhoras e um cavalheiro, juntaram-se a nós. Noutro tempo ficava a igreja cheia. Iam mais pessoas à novena da Senhora do Carmo do que iam, em muitos domingos, à missa. Ontem, segundo dia, fomos mais algumas pessoas, mas... poucas. Costumo ir mais cedo para abrir a porta, acender as luzes, essas coisas necessárias que alguém tem que fazer, numa colaboração sincera e desinteresseira para com a comunidade.

A sós com o Santíssimo Sacramento que habita no sacrário e com a Senhora do Carmo que na sua bondosa expressão de Mãe nos olha serenamente lá do seu altar sobre o sacrário, costumo murmurar com infinita tristeza e como se eles me pudessem ouvir ou responder: - Somos por aqui cada vez menos, Senhor meu Deus, Senhora minha Mãe...

Não há volta a dar. 

Não mesmo. 

Ainda assim e enquanto conseguir hei-de dedicar todas as minhas capacidades, forças e empenho para que este santo templo que tão bem acolhe quem o procura, assim como os Santos moradores que lá conheço desde que nasci e sob cujo olhar casaram os meus pais, fomos batizados e casámos eu e as minhas irmãs, se batizaram e depois casaram também os meus filhos, e, mais recentemente ainda, se batizaram as minhas netas, nunca deixem de ser honrados e dignificados como lhes é devido, mesmo sendo nós já tão poucos.

Ando por lá, há já um bom par de décadas. E lá continuarei enquanto Deus quiser. Dia 16 de Julho de 2018, ao meio dia, vamos honrar uma vez mais a Padroeira. Depois às nove da noite será a procissão. Amanhã terça feira dia 10, depois da novena, temos o primeiro ensaio de preparação da Eucaristia. Costuma ser muito mística, muito íntima e reconfortante. 

Venham daí celebrar e cantar connosco. 

Se puderem e quiserem...

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Meu vício de ler...

Foto by Xulio Dapena - Agosto'17

"Você dedica-se tanto aos outros que muitas vezes nem se dá conta que a pessoa que mais necessita de si, é você mesmo".

Autor desconhecido

Quando eu era pequenino...

Estremoz, Dezembro de 1971 

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Meu vício de ler...

Foto by Pedro Coelho

Amigo,
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar
e paradas
como as águas de um lago adormecido,
acorda!
Deixa de vez
as margens do regato solitário
onde te miras
como se fosses a tua namorada.
Abandona o jardim sem flores
desse país inventado
onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo
de barco ao deus-dará
e esse ar de renúncia
às coisas do mundo.
Acorda, amigo,
liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe
apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha,
abre os braços e luta!
Amigo,
antes da morte vir
nasce de vez para a vida.


Manuel da Fonseca

Parabéns, Caçulas. Venham mais 10...

Igreja Paroquial de Beirã, 04 de Julho de 2008

De consciência (muito) tranquila. Parte 2...

Alguns camaradas desta foto de 1986 escreveram-me …
… por não poder estar presente no almoço comemorativo dos
30 anos da sua incorporação, em virtude de estar no hospital.


Martinho Cardoso – 06-11-2016 - É um privilégio, ser merecedor da sua amizade! Um abraço

Carlos Fernandes - 06.11.2016 - Caro amigo Zé (permite-me que te trate assim), mais que ninguém senti muito a tua falta pois ao ver aquela sala de aulas (agora uma arrecadação) revivi bons momentos e foi ali que cresci como homem e militar para a vida com os teus conselhos e ensinamentos, nunca regateando esforços para ensinares tudo o que sabias. A pessoa que hoje sou em muito a ti o devo e estarei sempre grato por tudo o que me transmitiste. Princípios, valores, moral, ética, profissionalismo, enfim, tudo. Relembro o momento em que quando me propus fazer a maqueta do CIP em cortiça, tu me levaste a Nisa para ver trabalhos nesse material e me apoiaste e incentivaste a fazê-lo como se de um trabalho teu se tratasse. OBRIGADO por tudo e espero ver-te para o ano em Castelo Branco. O convite fica feito desde já. Um GD abraço.

António Miguel Martinho – 03-11-2016 - Rápidas melhoras. Um grande abraço

Manuel Simão 03-11-2016 Força aí camarada. Rápidas melhoras. Forte abraço.

Abílio Manuel Alves Dias – 03-11-2016: Melhoras ... um abraço

Antonio Rodrigues – 03-11-2016 - Rápidas melhoras Zé. Estarás sempre presente, mesmo que fisicamente não seja possível. Foste e és um grande homem. Forte abraço.

Jorge Machado – 03-11-2016 - Abraço. Rápidas melhoras

Alberto Cunha – 03-11-2016 - Um forte abraço

Jose Alho -  02-11- 2016 - Ok. Abraço e que corra tudo bem

Avelino Pinto – 02-11-2016 - Camarada um grande abraço…

Paulo Henrique Simão Silva – 02-11-2016 - Obrigado, um abraço.

Antonio Lopes – 02-11-2016 - Coelho, foste um dos sargentos do meu pelotão, a vida é mesmo assim, outra oportunidade haverá para podermos reviver 30 anos passados. Abraço

Antonio Lopes – 02-11-2016 - Também lembro do exigente que eras, só mais tarde percebi o porquê, já na atividade operacional, onde permaneço desde sempre. Essa exigência foi-me muito útil, para poder enfrentar as dificuldades. Hoje é muito diferente, daí existirem grandes dificuldades em enfrentarem os problemas do dia a dia. O meu obrigado e mais uma vez grande abraço.

Fernando Pimentel – 02-11-2016 - Obrigado e um grande abraço ao meu Instrutor do 2º Pelotão da 1ª Companhia.

Francisco Rebelo - 06-11-2016 - Meu amigo "sargento Coelho ", não foi desta, mas se Deus quiser no 31.º aniversário estamos em Castelo Branco, contamos com a sua presença.

Adão Bessa – 06-11-2016 - Para o ano Castelo Branco lá o esperamos. Abraço

Alberto Cunha 07-11-2016 - Boa noite meu sargento, instrutor do 2.º pelotão. É com enorme prazer que estou a conversar consigo, 30 anos depois. Eu sou o Cuuuunha, recorda-se? Na hora do almoço o meu sargento vinha falar cmg! Tinha alguma dificuldade em falar e então na hora do almoço para desemperrar falávamos! Um muito obrigado por essa atitude, foi bom p/mim.
No passado dia 3NOV fui a Portalegre com um dos objetivos de dar-lhe um abraço! Tive conhecimento que tinha sido internado nesse dia. Já agora queria fazer um convite. Quando vier ao Minho (Viana do castelo, Ponte de Lima ou Arcos de Valdevez) dê-me um toque para marcar um almoço e se beber uma "copanda" de vinho verde, ok?
Obrigado, o Coelho ajudou-me imenso, só tenho a agradecer. É uma pessoa que tenho muito, mas muito respeito porque me ajudou na vida.

António Rodrigues 27-05-2017 - Foi um Gosto enorme ter-te como meu instrutor, amigo e camarada. Ainda hoje mantemos viva a chama, com as devidas distancias de residencia, mas foste um Grande homem. Vi em ti uma referência, daí ter chegado ao posto hierarquico que cheguei, baseado nas tuas palavras. Palavras essas que, de certo, não te lembras, é normal, mas que me fizeram pensar em alcançar outros patamares. Senti capacidades para isso e com a tua filosofia institucional, amiga e sem preconceitos me transmitiste aquando do alistamento, misturado com umas cervejas no bar do Leão e não só. Obrigada pelos conselhos. Forte abraço e TUDO de bom para ti e familia.

Nota:
Apenas cumpri o meu dever e a minha obrigação, mas fico muito grato por estas manifestações de apreço passados 30 anos. Algo devo ter feito bem para ser delas merecedor. Obrigado, camaradas.