No final da minha habitual caminhada pelos subúrbios deparei-me com mais um deslumbrante colorido do astro-rei a dar por terminado o seu dia. Desta vez despedia-se por detrás dos cerros sobranceiros ao Monte da Broca. Não levando comigo a máquina fotográfica improvisei a captação desta melancólica imagem com o telemóvel, no cruzamento próximo do nicho de Nossa Senhora dos Bons Caminhos, lá ao cimo, à entrada da aldeia, quem desce dos Barretos. Todos os beiranenses conhecem bem o local a que me refiro, principalmente os da minha geração, não só porque foi construído e inaugurado quando nós frequentávamos a Escola Primária, mas também porque foi, por excelência, local de encontro nos nossos namoricos, guardião dos nossos segredos, cúmplice dos muitos carinhos que por ali eram trocados, longe de olhares indiscretos.