Aos 07 de Março de 2015 nasceu este blogue que tal como o seu antecessor TocadosCoelhos pretende apenas ser um ponto de encontro e de entretenimento pautando-se sempre pelas regras da isenção, da boa educação e do civismo em geral. Sejam muito bem-vindos.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
Vinte e seis anos
quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Your address (republicação)
Obrigado, filho
Trinta e um anos de saudade
segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Boa semana
quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Herança que agradeço e quero honrar
Porque nasci no seio da humildade habituei-me a não dar grande importância ao dinheiro e a ser feliz com o que posso ter. A minha mãe nunca tinha a certeza do que iria ser o almoço no dia seguinte sendo a sua única certeza o pouco que teria para escolher. Uma sopa com
produtos da horta e pão com algum conduto que muitas vezes se
resumia a uma omelete, a um punhado de azeitonas ou toucinho frito porque os
enchidos tinham de guardar-se para as merendas do dia seguinte.
Muita gente achará que é treta e se possa ser feliz assim sem quase nada. Mas éramos mesmo. Nesta casa a única coisa que havia em abundância era a alegria e a boa disposição de manhã à noite. A minha mãe cantarolava facilmente fosse a migar as nabiças do jantar, fosse a lavar a roupa no tanque da aldeia ou mesmo sentada ao sol no quintal a remendar as nossas roupas mais surradas pelo uso.
Um rádio Grundig a pilhas fazia as delícias dos nossos serões com aquele programa diário de discos pedidos da Radio Badajoz cujas músicas no acordeon da Maria Albertina davam imediatamente azo a sessões de baile na nossa cozinha, felizes e despreocupados como agora não sabemos ser, apesar de a vida ter evoluído para bastante melhor.
Ou, pelo menos, é isso que nós pensamos. Só não sei muito bem, não tenho hoje assim tanta certeza se "ist'agora" é realmente melhor do que era "d’antes"...
Já velhinha e completamente invisual, muitas vezes ouvia a tia Florinda trautear as modas dela comodamente sentadinha no sofá. E quando alguma música sua conhecida passava na televisão logo os seus pezinhos começavam a bater ritmadamente no chão ao compasso dos acordes. E eu ficava em silêncio, deliciado, a observá-la.
Coisas tão simples que quase passavam despercebidas na altura mas que a saudade vai buscar hoje para me dizer que sim, que apesar de toda a sua vida humilde e de "o Senhor lhe ter levado os seus olhos" como ela dizia, a minha mãe foi uma criatura feliz.
Tranquila, conformada com a sua sorte e feliz.
Herdei dela algum desse estado de espírito e estou-lhe muito grato por isso. Sou completamente desapegado do dinheiro e outros bens materiais que para muita gente que conheço são imprescindíveis. Visto qualquer trapinho que goste e sem me preocupar minimamente se é de marca ou da moda.
Tanto sou capaz de comprar numa tenda do mercado como numa loja chique, desde que aquilo que quero se encontre numa ou noutra. Não troco um jantar em casa com a família por outro no restaurante ou com amigos e aprecio muito mais umas migas com sardinhas fritas do que qualquer mariscada. Em resumo, nasci e cresci no meio dessa simplicidade, sempre fui feliz no meio dela, por isso é assim que gosto de viver.
Vivemos tempos tão complicados e imprevisíveis, para que havemos de complicar e dificultar ainda mais o que já não é fácil?
Empoleiradas nas chaminés cá de casa, as rolas turcas cantam também como cantava a minha mãe, seja verão ou inverno. Ah valentes! Assim é que é. Continuem a ser alegres amigas, porque a vossa vida, tal como a nossa, é muito breve. Só que nós, os humanos, fazemos de conta que não sabemos isso e vivemos como se não fossemos morrer nunca, porque ansiamos mais ser ricos, do que felizes.
Felizmente - o diabo seja surdo e mudo - por aqui e por enquanto, a vida continua como sempre foi cercada de tranquilidade. Basta a gente olhar e ficar atento ao que nos rodeia que não é pouco...
José Coelho
quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Há coisas que o dinheiro não compra
Cuidar, Ajudar, Proteger
domingo, 12 de janeiro de 2025
O lugar onde nasci
Melhor lugar do mundo
sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Enquanto eu puder
Estar em casa sossegado é para mim duplo aconchego. Pouca gente compreende isso mas o importante é o que eu sinto e não o que os outros entendem. A tranquilidade que me rodeia é suavizada por de uma vida inteira de muitas e gratas memórias.
É tão fácil imaginar e quase ouvir o bulício de outrora nesta casa cheia de gente boa.
O riso sempre pronto da minha mãe, o tom grave e sereno da voz do meu pai, o crepitar do lume na lareira nas noites de inverno, o agradável aroma da sopa camponesa a ferver na sertã sobre a trempe, a chuva a tamborilar nas telhas mouriscas sobre as nossas cabeças, o vento a rugir lá fora e nós quentinhos, em redor do lume.
Já no verão, depois da ceia, era costume irmos para o fresco da rua à porta da casa acomodados em rústicos bancos de pinho e cadeirinhas de bunho numa amena cavaqueira com a vizinhança e fraternos convívios de quase família até à hora de deitar.
Depois…
Bem, depois o tempo passou. Ordeiramente, tal como se deu na nossa chegada ao mundo e sem quase darmos tempo à tia Florinda e ao tio António Coelho de recomporem as suas poupanças – porque eles fizeram sempre questão de nos oferecerem os respetivos banquetes – primeiro casou a irmã Adelina, no ano seguinte casei eu, seguiu-se a Luz e por fim a Joaquina.
Respeitando essa ordem de chegada, pela mesma voámos um a um do nosso acolhedor ninho para o outro que planeámos construir com quem cada um de nós elegeu.
Mas nunca dele e dos nossos queridos patriarcas nos afastámos muito. Aqui regressávamos amiúde, aqui nos juntávamos regularmente, tendo eles de providenciar outra cozinha mais ampla no quintal que em conjunto os ajudámos a construir, além da enorme mesa das refeições para em boa união e fraternos convívios, nos podermos todos acomodar.
Porque saímos quatro e passámos a regressar oito, depois nove, dez, onze, e por aí fora...
Naturalmente foram chegando os nossos filhos que os avós adoravam e carinhosamente aconchegavam como nos tinham aconchegado a nós, quiçá até mais do que a nós. Os seus primeiros risos, os seus primeiros passos, o balbuciar das suas primeiras palavras tudo se repetiu sob o humilde teto desta casinha tão pequenina em tamanho mas tão grande em afetos.
Mais tarde fui eleito seu novo proprietário por exclusivo empenho do meu pai que decidiu que seria para mim. Jamais, em tempo algum eu o havia imaginado porque nunca havia sequer pensado que eles algum dia iriam morrer.
Inconscientemente acreditamos que são eternos e nunca nos irão faltar.
Andava a visitar uma casa afim de a adquirir no bairro novo à entrada da Beirã quando, percebendo-se disso e qual general a transmitir as suas ordens, ele me sentenciou:
- Não procures casa para comprar porque eu quero que "esta" seja para ti.
Foi exatamente assim. Sem nunca termos falado em tal coisa. Ele já tinha até calculado o valor que eu teria de pagar a cada uma das minhas irmãs, descontada a parte que me caberia a mim. Apenas uma condição. Ele e a sua Florinda viveriam nesta casa conosco enquanto fossem vivos.
Longe de ser um problema, tê-los comigo foi uma bênção.
Assim e sem nunca ter imaginado tal “negócio”, aceitei. Ou melhor, obedeci! As minhas irmãs e cunhados acataram sem o menor reparo e discordância a vontade do patriarca. Naquele tempo o respeito era ainda uma prática corrente e comum. Em menos de um ai tratou-se da papelada, acertou-se o pagamento e a casa mudou o nome do seu proprietário António Coelho para o de José Coelho.
E nela passaram a habitar três ramos da mesma árvore. A matriarca Avó Amélia mãe da senhora minha mãe que rodeada de amor e carinho aqui viveu os últimos 10 dos 93 anos com que nos deixou. Os patriarcas António Coelho e Florinda Lourenço, coproprietários perpétuos, e nós seus novos proprietários.
Tive naturalmente de ampliar o espaço de modo a ficarmos convenientemente instalados mas no projeto da ampliação fiz questão de as quatro divisões da casa-mãe ficarem intactas, integradas na que cresceu para os lados e para cima.
Desse modo as paredes que me viram nascer continuaram ali no seu lugar. E as pedras que o meu pai moldou pela força dos seus braços ficaram onde ele projetou que ficassem. Entre elas nos deixou e lhe cerrei as pálpebras ainda mornas numa triste madrugada de janeiro de 1994. No quarto que foi sempre o seu, na sua cama, na casa que construiu e nunca deixou de lhe pertencer.
Por essa e por muitas outras razões nutro pela Toca dos Coelhos e tudo em seu redor um carinho e reverência comparáveis ao de um devoto quando chega ao santuário da divindade da sua devoção. Enquanto eu puder aqui se manterão guardadas todas as memórias dos meus pais, dos meus avós, das minhas irmãs, dos meus filhos e agora também já das minhas queridas netinhas…
José Coelho
terça-feira, 7 de janeiro de 2025
Lume. Companhia. Aconchego e... Gratas memórias.
Servir (apenas) por espírito de Missão
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Em 2005 frequentei o Curso de Ministro Extraordinário da Comunhão e da Palavra na ausência do Presbítero, na Casa Diocesana de Mem Soares, mandatado pelo Senhor Bispo D. Augusto César e sucessivamente renovado pelo Senhor Bispo D. Antonino Dias até 31-12-2022. Com as limitações causadas pela pandemia Covid foram suspensas todas essas atividades e até as celebrações religiosas como todos estamos recordados.
"Um curso para aprofundar a fé
Abr 3, 2006 - 14:44
No dia 21 de Janeiro, terminou o primeiro semestre do
Curso de Aprofundamento da Fé (CAF), promovido pelo Centro de Cultura Católica
da diocese de Portalegre-Castelo Branco, o qual funciona em três pólos. No
segundo semestre passará a funcionar na Casa de Santa Maria e Portalegre
(Seminário diocesano). Foram leccionados dois módulos (o módulo 1 e o 2): A
revelação de Deus feita Palavra (Introdução ao Antigo Testamento) e A fé
celebrada em comunidade (Introdução à Liturgia). Os professores dos três
centros estiveram reunidos naquele mesmo dia com o director do CAF e com o
Bispo local, D. José Sanches Alves, na Casa Diocesana, para uma breve
avaliação. Num total de 177 alunos, inscritos nos três pólos, constatou-se que
o módulo 1 foi frequentado por 171 alunos (69, 33 e 69, respectivamente) e o
módulo 2, por 148 (59, 34 e 55, respectivamente). A partir da apreciação dos
alunos, foram particularmente sublinhados estes pontos: a utilidade da
iniciativa, quer ao nível de conhecimentos adquiridos, quer ao nível do
proveito pessoal para a vivência da fé, quer ao nível da relação entre os
professores e os alunos e destes entre si; o cuidado e a preparação dos
professores; novas inquietações e motivação para aprofundar aspectos das
matérias estudadas. Por sua vez, os professores relevaram, entre outros, os
aspectos seguintes: o número, a motivação e a perseverança dos alunos
inscritos; o espírito de equipa dos professores, à volta do responsável de cada
módulo; a validade dos encontros para a programação do trabalho seguinte; a
vantagem dos resumos entregues aos alunos; a decisão de bastantes alunos
quererem apresentar um pequeno trabalho sobre a matéria dada (duas dezenas já
entregaram o seu). Dada a facilidade que as novas tecnologias oferecem, os
responsáveis por cada módulo disponibilizaram os apontamentos finais aos
interessados. Na manhã daquele sábado, D. José Alves passou pelos três centros,
não só para ouvir dos próprios a apreciação que faziam, mas também para
estimular a todos a perseverarem na caminhada. O segundo semestre terá início
no dia 18 de Fevereiro próximo. Dado que os módulos são independentes, os
alunos interessados, mesmo que não tenham frequentado os dois primeiros,
poderão inscrever-se no módulo 3 (Deus ao encontro do homem) e/ou no módulo 4
(Jesus Cristo, Deus no meio de nós), se ainda o não fizeram. Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais."
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De 24 a 28 de Julho de 2006 acompanhei o Senhor Padre Tarcísio a Fátima para com ele participar no XXXII ENCONTRO NACIONAL DE PASTORAL LITÚRGICA.
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