Não sou adepto de intrigas, de
bota-abaixo, de dizer mal seja do que for só porque sim, mas isso não impede
que me indigne sempre que verifico que algo não está bem, que é
incompreensível, injusto ou inadmissível.
Fomos hoje, eu e a minha marida
confrontados com mais um absurdo tendo como protagonista o Hospital de
Portalegre. A Manuela tem um problema que a impede quase de caminhar e na
última consulta com a melhor médica de família do mundo, esta enviou para a
ULSNA o pedido de uma consulta de urgência em cirurgia.
De facto, uma semana depois foi
convocada para ali se apresentar hoje dia 7.02.2024 pelas 11:30. E lá fomos
nós, felizes e contentes, cheios de expectativa pela celeridade inabitual de
tal convocatória. De mim para mim, fui pensando: Isto está a mudar para melhor…
Pois…
Chamada ao gabinete da digníssima
médica-cirurgiã e observado o problema, tem de ser submetida a uma pequena
cirurgia a cada um dos pés, um de cada vez em… 13 de dezembro de 2024. Terá de
fazer assim e assado, pode vir desta e daquela maneira, não necessita de fazer
isto nem aquilo.
Percebi perfeitamente o
desconforto da ilustre senhora doutora e da senhora enfermeira assistente que
não o esconderam nem disfarçaram por palavras nem por gestos, pois nos fizeram
saber que não é dada – por quem manda – autorização para maior celeridade desta
e de outras cirurgias.
E quem manda, manda!
Só gostava de saber se as maridas
e maridos de quem manda também vão para as filas de espera de uma cirurgia que
lhes conceda alguma qualidade de vida dez ou onze meses. É que as pensões de
reforma emitidas pelo CNP para a maioria das/dos pensionistas não são nada equiparáveis
aos chorudos ordenados desses “mandões”…
Quando no início de novembro
passado necessitei de ser atendido no SU desta unidade hospitalar fui tão bem
atendido que assim que cheguei a casa apressei-me a descrevê-lo, em defesa da
mesma e para desmistificar um pouco a tão má fama que tem quase a nível
nacional.
Não imaginava, nesse dia, nem
pouco mais ou menos, que o diagnóstico apurado pelo ortopedista de serviço
naquele SU, bem como o tratamento que prescreveu estavam completamente errados.
O ilustre Dr escreveu no relatório que ainda tenho comigo “fratura não recente
da L1” – tinha sido consequência de uma queda dois dias antes – não prescreveu
cinta de imobilização da coluna, receitou um analgésico para as dores e adeus
vá à sua vida!
Incapaz de me mexer sem gritar de
dor nos dias e noites seguintes, vi-me obrigado a recorrer ao privado mais uma
vez e ali sim, sem sombra de qualquer dúvida mediante o resultado de dois RX e
uma Ressonância Magnética, apurou-se que não era nem nunca foi fratura da L1
mas sim fratura com edema inflamatório na D12 sendo imediatamente colocada uma
cinta de imobilização, prescrita medicação adequada e prescritos novos exames
para possível intervenção cirúrgica.
Como é possível estas coisas
acontecerem?
Que responsabilidade se exige a
quem gere estes serviços e emite tais diagnósticos?
Sei, mas não digo!
É, infelizmente para quem como eu
paga escrupulosamente todos os seus impostos, o espelho de um país em completa decadência
e sem ponta por onde se lhe pegue.
De quem é esta culpa sistémica
que já dura há décadas, vem subtilmente descendo de nível e está como todos
podemos ver?
No próximo dia 10 de março soma e
segue!
Porém, ganhe quem ganhar há uma
coisa que eu já sei:
- Só irão mudar as moscas…
José Coelho