Foto by José Coelho
O sol que
queimou a face da terra,
tornando em
restolho os verdes mais belos,
já se vai
cobrindo no vale e na serra,
de limbos
de nuvens que imitam castelos.
Sentem-se
agora brisas mais suaves,
as folhas
nas árvores a amarelecer,
formadas em
bandos vão embora as aves,
e o seu chilreio
vai emudecer.
Aqui e
além rebentam sementes,
fecundadas
já pelas maresias
e os pastos
novos rebentam latentes
crescem
os serões, minguam os dias.
São as
estações como a nossa vida
verão,
logo outono, que o inverno traz
porque a
primavera uma vez perdida
voltar a
vivê-la ninguém é capaz.
A roda do
tempo tão veloz rodou
e tal
como o vento só passa uma vez
certo é o
agora que o ontem findou
o
amanhã quem sabe se o tem outra vez?
Bem-vindo
outono dos dias amenos
também eu já estou no outono da vida
e tal
como os teus que sejam serenos
os dias
que faltam para a ter vencida.
Beirã,
outono de 2017
José
Coelho