Há amigos e amigos. Há os amiguinhos e
os amigalhaços. Há aqueles que fazem da amizade um negócio com o qual querem
lucrar. Amizade de ocasião. Há aqueles amigos de conveniência, que só nos
procuram quando não há mais ninguém ou quando precisam de favores. Os amigos da
onça, que ronronam pela frente e nos atacam pelas costas. E não vêm todos de
Peniche. Há quem venha de mais perto. Há os amigos virtuais, que nos fazem um
pedido de amizade e não nos cumprimentam na rua.
E depois há os amigos verdadeiros.
Aqueles que, mesmo longe, nos guardam no coração. Aqueles que ficam felizes com
a nossa felicidade e tristes quando estamos tristes. Aqueles que nos dizem a
verdade quando não a queremos ver. Os que nos dão a mão para nos ajudar a
levantar e os que nos largam a mão quando precisamos de cair. A amizade
verdadeira não desbota com o uso. Não usa. E, por isso, não deixa de servir. A
amizade verdadeira não se cansa. Os velhos amigos são aqueles cuja amizade está
sempre no início.
Verbo Amar