Imagem copiada (e retocada) do face
O corrente mês de abril não tem sido, de todo, nada famoso para mim mas a forma positiva como eu tento sempre encarar as adversidades tem-me ajudado bastante a dar a volta por cima e tentar colocar "a coisa" nos eixos sem dramatismo ou desânimo.
Primeiro este tempo esquisito que mais parece destempo porque tão depressa faz sol e calor como logo a seguir desata a chover e está frio. Já apagámos o lume e limpámos a lareira da sala por três vezes desde finais de março mas outras três tivemos que voltar a acendê-la.
Depois e provavelmente por culpa destas acentuadas oscilações térmicas uma virose gripal misturada com rinite alérgica sazonal levaram-me às urgências hospitalares onde o meu competente e excelentíssimo amigo e médico de família teve que prescrever o que entendeu suficiente e necessário para combater ambas.
Quem não gostou muito de tais "armas" químicas anti-gripais e anti-histamínicas foi a minha delicada próstata já também meio avariada ou gasta pelo uso que por isso começou a recusar-se a funcionar com normalidade e me tem dado bastante trabalho para a obrigar a cumprir as funções biológicas que lhe são devidas.
Como se não bastassem tantas "avarias" quer as da primavera que nos afetam a todos quer as do meu corpo que só me afetam a mim e a avisarem-me que ter 64 não é a mesma coisa que ter 46, o meu inseparável amigo e companheiro dos últimos anos, o caniche Bolinhas, decidiu que era tempo de ir ter com os seus antepassados e deixou-me.
Em cima da pouca pachorra que a gripe provoca, tive que passar (com toda a dedicação que ele merecia) três dias e duas noites à cabeceira daquele meu fiel e querido amigo. Porém, não obstante a minha incansável assistência, bem como a da sua grande amiga e veterinária doutora Rute, ele recusou-se a viver mais tempo e partiu para sempre.
Escusado será dizer-vos a pena que me deu e o quanto sinto a sua falta acostumado que estava há tantos anos a tê-lo à minha espera aos pulos de alegria quando tínhamos que ir a qualquer lado e deixá-lo sozinho em casa, a tê-lo deitado no sofá ao meu lado com a cabecita sobre os meus joelhos a vermos placidamente os telejornais ou a ouvir o seu respirar feliz e tranquilo deitado na carpete aos meus pés quando vinha para o escritório.
Nunca tinha conhecido amigo mais amigo e dedicado e não voltarei decerto a ter outro igual. Chega de desgostos. Já foi o Rex, o pastor alemão que a perigosa leshmaniose obrigou à eutanásia, depois a gatinha siamesa Princesa que ao fim de 16 anos connosco teve cancro nas maminhas que ficaram em carne viva e por isso também teve que ser abatida pelo veterinário com a "tal" injeção mortífera. E, finalmente, a Sacha, a nossa meiga labrador retrevier, também com cancro lhes seguiu o destino.
No meio de tanto azar animal, o Bolinhas foi o que sofreu menos e o único que morreu de morte natural e velhice sem grande sofrimento. Deixou apenas de comer três dias antes de partir. Só queria beber água e a medicação que através de uma seringa eu lhe introduzia na boquita com cuidado para o tentar ajudar na sua agonia, mas ele vomitava tudo no momento seguinte e fechava os olhitos cansado como que a dizer-me "deixa-me em paz".
Resta agora a Suri, a nossa ainda jovem rafeiro alentejana, doida, bonitona e rainha absoluta de todo o quintal onde qualquer pessoa estranha não se atreva sequer a assomar o nariz porque ela fica eriçada como um ouriço e fula como uma leoa. Este magnífico exemplar canino será com toda a certeza o último nas nossas vidas.
Já chega!
Estamos, eu e a patroa, a ficar velhos e com menos habilidade. Além disso já demos o nosso contributo para a felicidade de vários animais de estimação ao longo de mais de 40 anos. Até com as vulgares galinhas e outras aves de galinheiro tivemos que acabar porque era sempre um problema quando chegava a hora de as matar. Como todos os outros eram seres vivos a quem nos afeiçoávamos e dava depois imensa pena abater.
Mas chega, por hoje, das minhas "histórias da desgraçadinha". Pode ser que o próximo Abril seja mais meu amigo.
Assim o desejo e espero.
Continuação de uma boa semana para todos vós...
Mas chega, por hoje, das minhas "histórias da desgraçadinha". Pode ser que o próximo Abril seja mais meu amigo.
Assim o desejo e espero.
Continuação de uma boa semana para todos vós...